Neste Blog rendemos a nossa homenagem aos Gestores e Agentes Policiais que, apesar das dificuldades internas, das leis brandas, do enfraquecimento da autoridade, dos salários baixos, do fracionamento do ciclo policial e das mazelas do Judiciário que discriminam e alijam as forças policiais do Sistema de Justiça Criminal impedindo a continuidade e a eficácia dos esforços contra o crime, dedicam suas vidas na proteção do cidadão, na preservação da ordem pública e na defesa do povo, das Instituições e do Estado, em prol da almejada PAZ SOCIAL no Brasil.

domingo, 17 de junho de 2012

POLICIAL À MODA ANTIGA

HUMBERTO TREZZI - ZERO HORA, 17/06/2012


Perfil de um policial à moda antiga


Condecorado pela prisão de notórios assaltantes de carros-fortes como Papagaio e Seco, o comissário Mauro Alves da Silva tem mais de 30 anos de atividade e saudade dos antigos tempos na Polícia Civil. Inclusive do tempo em que o mandado de busca e apreensão na casa de um suspeito podia ser expedido pelo próprio delegado de polícia.

– Tínhamos muito mais autonomia. A atividade se burocratizou a partir da Constituição Federal de 1988, quando a polícia passou a ter que pedir quase tudo ao Judiciário para poder trabalhar.

Mauro lembra que o ambiente, até o final da década de 70, era predominantemente masculino. Isso, diz, por ser uma atividade de risco de vida, violenta e que dependia muito da força física do agente. A partir do início da década de 80, as mulheres começaram a ganhar espaço também nas polícias. De início, em atividade de cartórios, depois também na investigação – “e várias fazem ótimas investigações”, ressalta o comissário.

Ele diz que antes o trabalho era mais na rua:

– Tudo é uma questão de época. Para o policial obter boas informações, tinha de andar na vila e frequentar a noite (casas noturnas), de onde conseguíamos informantes bons. O que não se aplica nos dias de hoje, pois se o policial caminhar na vila, pouco conseguirá. A população teme represália dos bandidos.

Ele considera que a atividade policial de hoje é muito mais formal, para atender à legislação, já que tudo precisa ser registrado. Natural, para ele, que na Academia exista hoje grande ênfase ao treinamento de inteligência e conhecimento da legislação.

Alana Lampert, 27 anos, natural de São Pedro do Sul e formada em Direito

Decidi ser policial pela estabilidade no cargo público, inclusive financeira. Gostei mais da parte da coleta de indícios nos locais, dos detalhes que podem levar a uma condenação. Estou ciente que essa parte melhorou muito na polícia. Gostaria de trabalhar com inspeção de veículos.

Adriano Cosmo, 30 anos, natural de Palmeira das Missões e formado em Direito

Trabalhava em escritório de contabilidade e fiquei saturado de atuar entre quatro paredes. A polícia é dinâmica, tu nunca sabes o que acontece no dia seguinte. Aprendi a admirar a investigação, embora goste também das aulas de tiro e luta. Virei fã das perícias. Creio que elas estão hoje bem próximas do modelo norte-americano, aquele dos seriados. Quero logo começar a trabalhar.

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