Neste Blog rendemos a nossa homenagem aos Gestores e Agentes Policiais que, apesar das dificuldades internas, das leis brandas, do enfraquecimento da autoridade, dos salários baixos, do fracionamento do ciclo policial e das mazelas do Judiciário que discriminam e alijam as forças policiais do Sistema de Justiça Criminal impedindo a continuidade e a eficácia dos esforços contra o crime, dedicam suas vidas na proteção do cidadão, na preservação da ordem pública e na defesa do povo, das Instituições e do Estado, em prol da almejada PAZ SOCIAL no Brasil.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

BM INSTALA IMAGEADOR TÉRMICO QUE PERMITE VIGILÂNCIA AÉREA NOTURNA

CORREIO DO POVO 30/05/2013 23:25

Equipamento permite identificação de suspeitos a longa distância


Equipamento permite identificação de suspeitos a longa distância, num raio de 50 quilômetros
Crédito: Reprodução / CP


A Brigada Militar ganhou um novo equipamento de vigilância para efetuar rondas de segurança e perseguição a suspeitos em fuga. O Batalhão de Aviação da corporação instalou em um helicóptero um Sensor Eletro-Ótico e Infravermelho (EO/IR na sigla em inglês), o imageador térmico entregue pelo Ministério da Justiça ao Rio Grande do Sul. O equipamento permite acompanhamento por imagem aérea e, ainda visão noturnas dos alvos em meio a obstáculos.

Conforme nota oficial da BM, o sistema permite identificação imediata a longa distância - com alcance superior a 50 quilômetros, em operações diurnas e noturnas e em imagens com alta definição. Também contém sistemas de mapas digitais, de gravação e de transmissão de vídeo em tempo real, integrados ao Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp).

"É uma tecnologia única porque reúne três sistemas diferentes, enquanto que o equipamento utilizado no Rio de Janeiro, por exemplo, tem um sistema só", salientou o Comandante do Batalhão de Aviação, tenente coronel Carlos Alberto Selistre.

O equipamento veio com objetivo de reforçar a segurança durante a Copa 2014, mas começará a ser utilizado em algumas semanas e será disponibilizado para Brigada Militar e Polícia Civil. O RS foi o primeiro estado, entre as sedes da Copa, a receber o equipamento. Atualmente, dois helicópteros, um de cada instituição, estão prontos para receber o equipamento, que é acoplado junto à aeronave e contém uma câmera infravermelho para visão noturna e uma câmera tipo CCD para luz visível. Os profissionais do Estado, como operadores e mecânicos já estão sendo treinados para utilizar o imageador térmico.

Assista ao vídeo da simulação de funcionamento do aparelho:

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http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=tCkEE3AOr90

Fonte: Correio do Povo

quarta-feira, 29 de maio de 2013

ATAQUE ABORTADO

ZERO HORA 29 de maio de 2013 | N° 17447

Ação policial impede sequestro de gerente

Três suspeitos de roubos a bancos e joalherias foram presos em Esteio



Enquanto faziam os preparativos finais para sequestrar um gerente de joalheria, três criminosos foram cercados e presos por agentes da Delegacia de Roubos, vinculada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). A prisão aconteceu na noite de segunda-feira, em Esteio, na Região Metropolitana.

Nos últimos dois meses, a Polícia Civil conseguiu evitar três sequestros planejados pelo grupo. Outros cinco integrantes da quadrilha estão soltos e são procurados pelas autoridades.

A polícia divulgou as prisões na manhã de ontem. Os suspeitos, que atuavam em sequestros de gerentes de bancos e joalherias, não reagiram. Foram presos em flagrante Mario da Silva, 35 anos, Maicon da Silva Braz, 23 anos, e Elisandra Pires de Lima, 32 anos. Com eles, a polícia apreendeu uma pistola, um carro furtado, munição e dois artefatos explosivos (uma espécie de granada caseira). Dos cinco foragidos, dois são apontados como líderes.

Conforme a investigação da polícia, em dois anos o bando praticou uma dezena de roubos a bancos e joalheiras na Região Metropolitana, com ação semelhante à do ataque à joalheira Coliseu, no Praia de Belas Shopping, em janeiro – quando a subgerente do estabelecimento foi rendida em casa pelo bandidos. Depois do assalto, os criminosos deixaram na loja um artefato explosivo que forçou a evacuação do shopping.

Pessoas com antecedentes eram recrutadas pelo bando

O envolvimento do bando no ataque à Coliseu não foi confirmado pelo delegado Joel Wagner, titular da Delegacia de Roubos. Ele afirmou que a polícia agiu na segunda-feira porque não existia outra maneira de impedir o sequestro. Nas duas oportunidades anteriores, os sequestros foram evitados retirando do local os alvos dos bandidos, os gerentes.

– Na segunda-feira, não tivemos tempo de preparar uma ação evasiva para evitar o sequestro. Daí precisamos agir – justifica o delegado.

O bando vinha sendo monitorado pela polícia havia mais de um ano. Tudo começou quando o delegado Marco Guns, da Delegacia de Homicídios de Canoas, na Região Metropolitana, investigava uma quadrilha envolvida com drogas e homicídios. Em meio à investigação, acabou identificando o bando preso.

Guns explicou que a origem da quadrilha é o bairro Mathias Velho, em Canoas. Sem entrar em detalhes, o delegado relata que os bandidos começaram a operar com crimes pequenos e foram se especializando. Hoje, praticam extorsão e sequestro de gerentes de bancos de joalherias.

Uma particularidade chamou a atenção dos policiais: o bando usa pessoas sem passagem pela polícia para realizar os levantamentos dos locais a serem assaltados e o cotidiano das famílias a serem sequestradas. A estratégia tem o objetivo de não levantar suspeita, caso um deles seja detido em uma operação policial de rotina, como barreiras da Brigada Militar (BM).

No momento da prisão, o trio ocupava um apartamento em Esteio. O delegado Wagner acredita que o local também era utilizado como cativeiro.

– O apartamento fica em uma vizinhança que não levanta suspeitas – informou o delegado.

CARLOS WAGNER


Quadrilha praticava tortura psicológica contra vítimas

A crueldade usada pelo bando contra as vítimas sequestradas surpreendeu os policiais. A investigação revelou que os gerentes de bancos e donos de joalherias eram levados na companhia de parentes, quase sempre ao final do expediente.

– Eles praticavam tortura psicológica contra as vítimas – descreve o delegado Joel Wagner, titular da Delegacia de Roubo.

Uma das torturas consistia em colocar um artefato explosivo – pedaço de cano de ferro que imita uma granada – próxima ao familiar do sequestrado. Ameaçavam detonar a bomba, caso a vítima não colaborasse.

A pressão também tinha o objetivo de garantir que, na hora de ir para o banco ou a joalheria, o gerente não tentaria avisar a polícia.

Nesse tipo de ação, o momento mais preocupante para o bando é a chegada ao local que será alvo do roubo, acompanhando o sequestrado. A brutalidade com os sequestrados faz parte do perfil dos bandidos nos assaltos a bancos e joalherias. Uma das explicações é a gravidade do crime, que estabelece uma pena maior, em média de 15 anos.

Os quadrilheiros também adotavam a estratégia de deixar o artefato explosivo no local do assalto. O propósito é retardar a ação dos policiais e espalhar pânico entre as vítimas.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

BÔNUS PARA REDUZIR A CRIMINALIDADE

G1 - 22/05/2013 10h55

Alckmin cria bônus para policial que diminuir criminalidade. Policiais terão metas de redução de crimes em sua área de trabalho. Projeto prevê bônus de até R$ 10 mil.

Do G1 São Paulo




O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (22), em entrevista ao Bom Dia São Paulo, o pagamento de bônus aos policiais que conseguirem reduzir os índices de criminalidade em suas áreas de atuação. O bônus será de R$ 4 mil semestrais para cada policial, mas poderá chegar a R$ 10 mil.

As metas de redução da criminalidade que os policiais deverão seguir ainda não foram definidas. Elas serão determinadas em parceria com os institutos Sou da Paz e Falconi, através de um convênio com o governo do estado. O governador também não informou os critérios para a distribuição dos bônus.

"Vamos estabelecer as metas mais importantes para a população e, como resultado deste sistema de metas a serem atingidas por região, por tipo de delitos, é natural uma meritocracia, ou seja, uma bonificação. São um conjunto de medidas, vai até a criação de uma nova seccional em Campinas, um novo Deinter em Araçatuba", disse Alckmin sobre o pacote batizado de "São Paulo Contra o Crime" lançado nesta quarta.

Segundo ele, as metas e prazos da redução da criminalidade serão públicos. “Queremos resultado para a população na ponta, que é redução dos indicadores de criminalidade. É um misto: de um lado carreira, salário; de outro, estímulo", destacou.

Alckmin anunciou ainda o aumento do efetivo da Polícia Civil e da Polícia Técnico-Científica. A Polícia Civil deverá ganhar cerca de 3 mil novos agentes. Já a Polícia Técnico-Científica terá um incremento de 62%. “Serão ao todo 4.600, praticamente, policiais a mais nas polícias civil e técnico-científica", afirmou.

O governador pretende implantar as medidas no segundo semestre deste ano com o objetivo de diminuir os índices de criminalidade.

Quando questionado sobre o fim violência no estado, o governador disse que esse é um problema nacional. “Essa é uma guerra , é uma luta 24 horas, aliás, no país inteiro”, disse Alckmin.

Ele citou a responsabilidade do governo federal sobre a questão da segurança, a quem atribuiu omissão. “Uma situação geral: tráfico de drogas, tráfico de armas, omissão do governo federal, fronteiras totalmente abertas".

Sobre os índices de criminalidade no estado - alguns deles em alta -, Alckmin lembrou que em 2012 apenas São Paulo e Rio de Janeiro conseguiram baixas as estatísticas. Segundo ele, o número de homicídios, em alta desde julho do ano passado, cairá nos índices de violência em abril, que serão divulgados na próxima sexta-feira (25).

O governador anunciará oficialmente o novo pacote de segurança na manhã desta quarta, em evento no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Ao premiar a redução da criminalidade, o governador valoriza um indicador qualitativo, enquanto outros se valiam de indicadores quantitativos. Se as regras do prêmio forem definidas para a equipe de policiais que trabalham num certo local para o qual as metas qualitativas foram estabelecidas, esta iniciativa tem todo o meu aplauso. Porém, se a premiação for individual, estará fadada ao insucesso, pois vai criar concorrência, atritos, conflitos organizacionais e outros fatores negativos. Nos EUA, um plano semelhante premiava os distritos e louvava as chefias que conseguissem atingir a meta qualitativa estabelecidas de redução dos indicadores de crime. O distrito que não conseguisse atingir a meta teria ainda mais uma chance sob pena de substituição do comando do distrito. O que vale é a produtividade da equipe de policiais e não de um policial. No Brasil, todas as iniciativas de premiar a produtividade foram inoperantes por ter focado o particular ao invés do esforço coletivo.

O NOVO PARADIGMA DE POLÍCIA CONCILIADORA


JORNAL JURID Quarta Feira, 22 de Maio de 2013 | ISSN 1980-4288

Polícia conciliadora está sendo desenvolvida pelo Necrim, que significa Núcleos Especiais Criminais, e pertencem à polícia civil do Estado de São Paulo

Por | Luiz Flávio Gomes - Segunda Feira, 20 de Maio de 2013



Em um artigo anterior escrevi o seguinte: se alguém quiser conhecer uma polícia conciliadora de primeiro mundo já não é preciso ir ao Canadá, Finlândia, Noruega, Dinamarca ou Suécia. Basta ir a Bauru, Lins, Marília, Tupã, Assis, Jaú e Ourinhos (todas no Estado de São Paulo).


A polícia conciliadora está sendo desenvolvida pelo Necrim, que significa Núcleos Especiais Criminais. Pertencem à polícia civil do Estado de São Paulo. Paralelamente à clássica função judiciária (de investigação), foram instalados vários Necrims nas cidades mencionadas. É uma revolução no campo da resolução dos conflitos penais relacionados com os juizados especiais criminais (a conciliação é feita nos casos de infração de menor potencial ofensivo que dependa de ação privada ou pública condicionada).


Os percentuais de sucesso são alvissareiros: Assis: 73,23%; Bauru: 90,28%; Jaú: 89,20%; Lins: 90,88%; Maríalia: 90,68%; Ourinhos: 92,79%; Tupã: 82,30% (veja monografia de L. H. Fernandes Casarini).


Diante das profundas mudanças sociais ocorridas nas últimas três décadas, seria um erro crasso (das instituições públicas e sociais) continuar fazendo as mesmas coisas do mesmo jeito o tempo todo. Na atual sociedade pluralista, multiétnica, da informatização e das comunicações assim como das diversidades, impõe-se pensar em novos paradigmas, inclusive para as funções policiais.


À velha cultura da investigação e da repressão, urge que se agregue (às polícias) a cultura integradora, que consiste em buscar solução para os conflitos de forma pacificadora e reparadora (restaurativa). Esse novo paradigma se distancia claramente dos outros, que são: (a) paradigma dissuasório (confiança de que a pena seja suficiente para prevenir delitos); (b) paradigma da ressocialização (prisão, com finalidade de readaptação do preso) e (c) paradigma do populismo penal (confiança no incremento das penas e do sistema penal como solução para problemas sociais - veja nosso livro Populismo penal midiático: Saraiva, 2013).


Vários países e organizações policiais já captaram os sinais dos novos tempos e estão utilizando a mediação ou a conciliação como método de gestão de conflitos (veja Rosana Gallardo e Elene Cobler, Mediacion policial, Valencia: Tirant lo blanch, 2012).


Por que a adoção (ou o incremento) de um novo paradigma na função policial?


Em primeiro lugar e desde logo porque a polícia conciliadora abre novo horizonte para a profunda insatisfação das corporações policiais, que já começam a perceber que a repressão não pode ser a única resposta para a gestão dos conflitos penais. Impõe-se descobrir as virtudes do "direito ao melhor direito". A prevenção é muito mais eficaz que a repressão. "É melhor prevenir os crimes do que puni-los" (Beccaria).


O que se pretende? É uma polícia eficaz que, paralelamente às suas clássicas funções, adote também (em relação a alguns crimes) a linha pacificadora, e que, por esse caminho, se legitime para a resolução dos conflitos. Com isso vai ser restaurada, antes de tudo, a autoestima do próprio policial, que precisa, desde logo, ter coragem para promover a mudança. "É insanidade ficar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes"(Einstein).


A polícia conciliadora, feita sempre sob o acompanhamento de um advogado: ganha respeito da comunidade que, ao mesmo tempo, passa a colaborar mais com a função policial; ela está integrada na comunidade (sendo expressão da polícia comunitária); promove a interação entre as pessoas, ou seja, busca a paz, a pacificação social; dessa maneira consegue prevenir futuros delitos, cuidando-se, assim, de uma polícia de prevenção especializada; permite um melhor funcionamento da polícia judiciária (investigativa); alivia a sobrecarga da Justiça e do Ministério Público; restaura a força do controle social informal; inaugura um novo serviço de qualidade para a cidadania, difundindo valores éticos; não destrói a velha polícia investigativa e, mais importante, rompe o velho paradigma militarizado e hierarquizado da polícia que, muitas vezes, em lugar de uma conciliação olho a olho, continua seguindo o parâmetro da obediência cega.


Polícia conciliatória, no entanto, existe tempo (exige boa formação, boa capacitação profissional), dinheiro (não muito), um espaço adequado para seu funcionamento (respeito às pessoas envolvidas no conflito), sólida estruturação jurídica e, sobretudo, mudança de mentalidade.


Com nova mentalidade podem ser vislumbrados novos horizontes. Temos que ter uma postura otimista em relação aos projetos nos quais confiamos. Nenhum deprimido triunfou no mundo todo. Num mundo tão desencontrado, não há como não buscar algo melhor, mais compreensivo e mais dialogante. Vale aqui repetir uma história bastante conhecida: perguntaram a um velho e sábio índio de que maneira são compostos os seres humanos. Ele respondeu:"de um lado bom e de um lado mal". Qual vence? "Aquele que você mais alimenta".


Autor:  Luiz Flávio Gomes é jurista e diretor-presidente do Instituto Avante Brasil


COMENTÁRIO - Féres Cury Karam - Delegado de Polícia - Assistente Seccional Dracena - SP | 21/05/2013 às 16:49 | Prezado Dr. Luiz Flávio Gomes:  Saudações com respeito e admiração.    Informo a Vossa Senhoria que, em Dracena - SP, foi inaugurada uma unidade do NECRIM - Núcleo Especial Criminal da Polícia Civil, em data de 24.02.2012 e até esta data - 21.05.2013 -as conciliações alcançam, sem dúvidas, a casa dos 90%.  Atenciosamente  Féres Cury Karam, Delegado de Polícia Assistente , Setor de Comunicações Sociais , Delegacia Seccional de Polícia de Dracena - SP.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

SEGURANÇA NO AR

 


ZERO HORA 16 de maio de 2013 | N° 17434

Mais precisão nas caçadas noturnas

Helicóptero policial terá imagens em alta resolução e dispositivo infravermelho



O novo aliado da segurança pública capta imagens em alta resolução, ajusta luminosidade para monitoramento noturno e atua com sensor infravermelho. Trata-se de um sistema que será instalado em helicópteros nos 12 Estados-sede da Copa do Mundo, e o Rio Grande do Sul será pioneiro na implantação.

Composto de três sensores dentro de uma mesma câmera, antenas, monitores e uma base que fica em terra, o conjunto foi adquirido pelo Ministério da Justiça para reforçar a segurança durante a Copa do Mundo. Após o evento, ficará com os Estados (um em cada unidade da federação) para combate à criminalidade, auxiliando em vigilância, investigações, coleta de provas, apoio a perseguições, salvamento, entre outras ações.

No caso específico do Rio Grande do Sul, duas aeronaves – uma da Brigada Militar e outra da Polícia Civil – estarão aptas a utilizar a aparelhagem. Há uma parte fixa e uma móvel, que pode ser transposta conforme a necessidade de cada corporação. Tanto tripulantes do helicóptero quanto integrantes das polícias em terra terão acesso às imagens. O Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) verá em tempo real as filmagens captadas.

– É um benefício à segurança pública como um todo, um equipamento de última geração e grande avanço. No caso de Cotiporã, por exemplo, que (bandidos) ficaram escondidos na mata, pode ser feita a localização pelo infravermelho – ressalta o comandante do Batalhão de Aviação da BM, tenente-coronel Carlos Alberto Selistre.

Câmera permite leitura de placas

Cada um dos sensores tem uma função. O diurno registra imagens em alta resolução e longo alcance, possibilitando a leitura da placa de um veículo a 800 metros, distância em que não é possível ouvir os ruídos do helicóptero. Em buscas noturnas, outro sensor consegue dar mais nitidez à imagem utilizando a luz ambiente. Os sistemas imageadores termais permitem a identificação de pessoas e objetos pela diferença de calor em áreas de pouca visibilidade – alguém se afogando, um revólver recém utilizado ou um carro cujo motor foi desligado recentemente.

– Poderemos acompanhar uma ocorrência, monitorar multidões, fazer escoltas de transferências de presos, realizar buscas e salvamento em mar – acrescenta o doutor em Engenharia Eletrônica e Computação Marcelo do Nascimento Martins, responsável por gerenciar o projeto de imageamento aéreo em todo o Brasil.

Outro recurso dos chamados Sistemas Imageadores Aerotransportados é a possibilidade de sobrepor mapas similares aos usados em GPS veiculares, integrados a outros mapas digitais de terreno e navegação aérea, às imagens captadas em tempo real. O diretor-presidente da Aeromot Aeronaves e Motores, que importa o equipamento produzido por uma empresa norte-americana, explica que a polícia não precisa conhecer a região onde é feita determinada ação para chegar a um endereço específico. A tripulação visualiza locais com grande precisão, mesmo que o ponto informado esteja a grande distância ou atrás de obstáculos como montanhas e prédios.

EDUARDO ROSA


Sensor foi usado na prisão de suspeito em Boston

O sistema de ponta que ficará à disposição de 12 Estados é de uso militar, controlado pelo Exército e produzido nos Estados Unidos.

– É tudo importado, existe há menos de dois anos e será utilizado pela primeira vez no Brasil – explica Guilherme Cunha, diretor-presidente da Aeromot, empresa responsável pelo fornecimento dos sistemas.

Para exemplificar a utilidade, Cunha usa o atentado na maratona de Boston (EUA). Um dos suspeitos foi encontrado dentro de um barco, coberto por uma lona, graças ao sensor térmico.

O contrato da Aeromot com o Ministério da Justiça, feito por meio da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge), supera os R$ 96 milhões (uma média de R$ 8 milhões para os 12 Estados, que receberão um equipamento cada). O lançamento oficial ocorrerá na tarde de hoje, no Palácio Piratini, e contará com demonstrações de imagens captadas ao vivo por um helicóptero da BM, o primeiro a ser equipado.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

VIATURA AÉREA


ZERO HORA 15 de maio de 2013 | N° 17433

BM usa helicóptero para reforçar policiamento


Se você estiver andando pelo parque Marinha do Brasil e deparar com um helicóptero da Brigada Militar pousando, não se assuste. Há cerca de 10 dias, a corporação começou a usar as aeronaves não só para o policiamento aéreo, mas também para permanência em diversos pontos e bairros de Porto Alegre.

Durante o dia, elas decolam do aeroporto Salgado Filho e pousam em locais determinados pelo Batalhão de Aviação e pelo Comando de Policiamento da Capital, onde é necessário um policiamento mais ostensivo e de onde possam se deslocar com facilidade, caso sejam acionadas para uma ocorrência.

Segundo o capitão piloto do Batalhão de Aviação da BM, Marcelo Budel, há estudos de segurança pública que comprovam uma maior efetividade na redução da criminalidade quando uma aeronave está pousada em um ponto de observação, então a prevenção a crimes também está entre os motivos que levaram a polícia a adotar esse procedimento.

Dependendo do tamanho da aeronave, ela pode estar tripulada com até cinco policiais, que terão apoio de colegas em terra. A rótula das cuias também é um dos pontos onde os helicópteros podem permanecer.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

OPERAÇÃO NACIONAL DAS POLÍCIAS CIVIS PRENDEM 1.179 BANDIDOS

ZERO HORA 10 de maio de 2013 | N° 17428

AÇÃO NACIONAL. Operação prende 1.179 criminosos. No Estado, a mobilização retirou das ruas 149 foragidos da Justiça


Como parte de uma mobilização sincronizada das 27 polícias civis do Brasil, 149 pessoas foram presas ontem no Rio Grande do Sul. As prisões – por crimes como tráfico de drogas, homicídio, roubo e abigeato – foram realizadas em todas as regiões do Estado, por meio de 16 operações distintas. No Brasil, pelo menos 1.179 suspeitos foram detidos.

Odelegado Ranolfo Vieira Júnior, chefe da Polícia Civil, informou que a operação nacional – batizada de PC 27 – foi montada para marcar os 205 anos da criação da primeira polícia civil do Brasil, ocorrida em 10 de maio de 1808, no Rio de Janeiro. Conforme o chefe de polícia, foi a primeira vez que se realizou uma mobilização do gênero alusiva à data. A decisão de fazê-la foi tomada no dia 10 de abril, em reunião do Conselho Nacional de Chefes de Polícia, à época presidido pelo próprio Ranolfo.

O delegado gaúcho insistiu, em entrevista coletiva na tarde de ontem, que o foco foi colocar em evidência a missão constitucional de investigação das polícias – os presos são pessoas contra as quais haviam mandados judiciais expedidos a partir de investigações policiais. No Paraná, onde haviam sido presos 90 até o meio da tarde de ontem, a Polícia Civil associou a PC 27 à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37, que limita os poderes de investigação do Ministério Público. A proposta, em tramitação no Congresso, vem sendo chamada de PEC da Impunidade, o que causa descontentamento entre os policiais e teria motivado a demonstração de ontem.

O delegado Ranolfo, no entanto, desautorizou essa interpretação:

– Não quero vincular isso à PEC 37. Fiquem absolutamente tranquilos, que aqui no Rio Grande do Sul não tem nenhuma relação, nem deve ter – disse ele.

No Estado, as operações mobilizaram 777 policiais, o equivalente a 15% do efetivo. Nos vales do Sinos, Caí e Paranhana, a polícia desarticulou, após cinco meses de investigação, uma quadrilha que comandava o tráfico de drogas em Campo Bom. Os 150 agentes envolvidos prenderam 11 pessoas. Com os suspeitos, foram encontradas cinco armas, drogas, dinheiro, celulares, uma balança de precisão, um carro, celulares e munição.

– Essa quadrilha dividiu Campo Bom em vários bairros, onde exerciam o controle do bairro. Eles tinham na cidade o tribunal do crime, onde providenciavam a justiça com tiros e até mortes de adversários – afirmou o responsável pela operação, delegado Cléber Lima, da Delegacia de Polícia de Campo Bom, referindo-se ao bando que agia no Vale do Sinos.


SUA SEGURANÇA | HUMBERTO TREZZI

Recado a promotores

APolícia Civil gaúcha, oficialmente, não vincula a série de operações realizadas com suas coirmãs Brasil afora com a PEC 37, proposta de emenda constitucional (de muito agrado dos delegados) que limita o poder de investigação do MP.

A série de ações realizadas ontem e que resultaram em centenas de prisões seria apenas uma homenagem alusiva à primeira Delegacia de Polícia do Brasil, criada em 9 de maio de 1808, nos tempos em que o país era apenas colônia portuguesa. Mas, nos bastidores, os policiais confirmam, sim, que a onda de prisões visa a chamar a atenção da população “para os que verdadeiramente investigam o crime”, os policiais.

No Paraná, delegados foram menos discretos e mais ostensivos. Confirmaram, em entrevistas, que a maré de prisões é um apoio à PEC 37. E, conforme a própria assessoria de imprensa da Polícia Civil paranaense declarou a repórteres, “chamar a PEC 37 de a “PEC da Impunidade” é “manchar” o trabalho realizado pela Polícia Civil”.

Dito isso, qual o resultado prático das 27 operações estaduais? Parece ser muito bom. A população sempre aplaude quando o crime sai perdendo, não importa quem coordene a ação – se delegado ou promotor de Justiça. Em São Borja, onde estou na hora em que redijo estas linhas, a operação foi contra um delito típico da região, o abigeato. Os policiais foram saudados com aplausos. A realidade é que a comunidade não liga para quem manda, desde que ele reprima e previna o crime. O resto soa como briga de beleza.