Neste Blog rendemos a nossa homenagem aos Gestores e Agentes Policiais que, apesar das dificuldades internas, das leis brandas, do enfraquecimento da autoridade, dos salários baixos, do fracionamento do ciclo policial e das mazelas do Judiciário que discriminam e alijam as forças policiais do Sistema de Justiça Criminal impedindo a continuidade e a eficácia dos esforços contra o crime, dedicam suas vidas na proteção do cidadão, na preservação da ordem pública e na defesa do povo, das Instituições e do Estado, em prol da almejada PAZ SOCIAL no Brasil.

sexta-feira, 30 de março de 2012

PC-RS NA MAIOR OPERAÇÃO CONTRA O TRÁFICO NA FRONTEIRA



Maior operação da história da Polícia Civil gaúcha combate o tráfico na Fronteira Oeste. Operação Navalha é realizada nas zonas urbana e rural de São Borja - Luiz Roese, DIÁRIO DE SANTA MARIA, ZERO HORA ONLINE, 30/03/2012

Por volta das 6h desta sexta-feira, em São Borja, na Fronteira Oeste, começou aquela que é considerada a maior operação da história da Polícia Civil gaúcha em número de participantes. Com o objetivo de combater 13 facções que comandam o tráfico de drogas na cidade, agentes e delegados de todas as regiões do Estado estão cumprindo 95 mandados de prisão temporária e 124 de busca e apreensão.

A Operação Navalha, que conta com 600 policiais e 140 viaturas, além de dois cães farejadores, é realizada nas zonas urbana e rural de São Borja. Os trabalhos devem ser concluídos até o final desta manhã.

Até as 7h30min, 16 suspeitos haviam sido presos. Os detidos e as apreensões estão sendo encaminhados para a central da Polícia Civil do município.

domingo, 25 de março de 2012

CÂMERA INTELIGENTE


Nova arma contra o roubo de carros. A partir de maio, as autoridades de seis municípios da Região Metropolitana contarão com um sistema de videomonitoramento capaz de identificar veículos com registro de furto e roubo - JOSÉ LUÍS COSTA, ZERO HORA 25/03/2012


Convencidos de que o crime anda sobre rodas, o governo do Estado e prefeitos da Região Metropolitana apostam em uma nova estratégia para enfrentar a indústria do furto e do roubo de veículos. Está previsto para maio a implantação de um sistema de vigilância eletrônica desenvolvido com o objetivo de reprimir o uso de carros por criminosos, com tecnologia capaz de inibir ladrões de automóveis e também combater roubos de cargas, assaltos a bancos, sequestros e auxiliar na captura de foragidos da Justiça.

Estimado em R$ 20 milhões, o projeto será bancado pelo Palácio Piratini por meio de um convênio a ser assinado em 3 de abril pelo governador Tarso Genro e pelo prefeito de Canoas, Jairo Jorge, presidente da Associação dos Municípios da Grande Porto Alegre (Granpal).

Entre os crimes envolvendo carros, o roubo (quando o motorista é atacado por bandidos) é um dos mais graves e está em ascensão no Rio Grande do Sul. Em 2011, cresceu 3,6%, depois de quatros anos em queda. E a Região Metropolitana é a mais castigada. Os 13 municípios vizinhos registram seis em cada 10 casos ocorridos no Estado – a Capital é a sexta cidade mais visada no Brasil.

Para enfrentar a questão, o Consórcio Metropolitano – organismo criado ano passado pela Granpal para desenvolver soluções em conjunto para as cidades – desenvolveu estudos em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Detran e a Secretaria da Segurança Pública. Foram analisados todos os acessos das cidades e definida a instalação de 350 câmeras de monitoramento em 141 trechos da região. Do total, Porto Alegre deverá ter 86 equipamentos em 27 pontos de vigilância, divididos em duas áreas distintas para facilitar o controle de movimentação de veículos de uma área para a outra.

A ideia é vigiar o trânsito a partir de centrais de monitoramento, utilizando a estrutura já existentes da PRF, da Brigada Militar e de prefeituras. Diferentemente de sistema tradicionais de videomonitoramento, o novo modelo não implicaria acréscimos significativos de pessoal, pois não há necessidade de equipes numerosas em frente às telas de computador. O sistema dispara automaticamente uma alarme sonoro quando detecta carros suspeitos.

As fotos dos carros permitem organizar bancos de dados com locais, dias e horários de passagem de cada veículo por meio das placas. Isso permite uma série de pesquisas. É possível montar uma lista, por exemplo, com carros usados em crimes ou suspeitos de envolvimentos em delitos (semelhante a um álbum de fotos de criminosos existente em delegacias) para monitorar a passagem deles pelos pontos de vigilância.

Sistema ajudou a reduzir crimes em cidade paulista

Idealizador do projeto, Alberto Kopittke, diretor executivo do Consórcio Metropolitano da Granpal, afirma que o mecanismo será uma forma de integração das forças de seguranças.

– A tecnologia, isoladamente, não resolve nada. O sucesso do projeto dependerá do nível de envolvimento das instituições.

O presidente da Granpal, Jairo Jorge, lembra que foram dedicados seis meses em pesquisas para escolher um equipamento que atendesse às necessidades:

– Optamos por um sistema que cruza dados e gera um padrão de inteligência para enfrentar o crime. Buscamos o que há de melhor e tem tecnologia nacional. O carro é moeda para os bandidos, e estaremos retirando o combustível do crime.

Segundo ele, é analisada a forma jurídica mais adequada de adquirir o sistema, pois trata-se de produto sem tecnologia similar disponível no mercado, o que autoriza a compra com dispensa de concorrência pública, conforme previsto na lei das licitações. Desenvolvido pela empresa paulista Multiway, o mecanismo a ser implantado é utilizado em mais de 50 cidades de São Paulo e do Mato Grosso.

Recentemente, foi instalado para testes no Morro da Urca, no Rio de Janeiro. O sistema tem obtido os melhores resultados em Indaiatuba (SP). Em uso há três anos, ajudou a reduzir em 2011 os índices de furto e roubo de veículos (55,6%), de roubos (13,8%) e de homicídios (20%).

– O projeto é revolucionário – afirma o delegado da Polícia Civil Carlos Sant’Ana, gerente do projeto na SSP, que esteve na sexta-feira em Indaiatuba para conhecer a experiência paulista.

*O repórter viajou a Indaiatuba (SP) a convite da empresa Multiway para conhecer o funcionamento do sistema de vigilância naquela cidade, que será implantado no Estado

quarta-feira, 21 de março de 2012

FREIO NO ROUBO DE CARRO

BANDO NA CADEIA. Polícia prendeu 21 integrantes de grupo responsável por 300 furtos ou roubos em dois anos na Capital - CAROLINA ROCHA, ZERO HORA 21/03/2012

Perfilados em frente à parede no pátio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), os 21 homens que integravam uma das maiores quadrilhas de roubo e clonagem de veículos de Porto Alegre foram apresentados ontem. O bando seria responsável por furto e roubo de pelo menos 300 carros nos últimos dois anos.

Oito já haviam sido presos na semana passada. O esquema principal era clonar os veículos roubados com documentos de carros que estavam com problemas de financiamento. Depois, eram emplacados e vendidos em Santa Catarina.

– Quem comprava sabia que o carro tinha um problema com a financeira, mas talvez não imaginasse que se tratava de um clone – diz a delegada Vivian Calmeieri do Nascimento, da Delegacia de Roubo de Veículos, do Deic.

Durante a investigação, iniciada em outubro, mais de 20 carros foram recuperados. Os integrantes foram presos aos poucos. Cinco deles já haviam sido detidos preventivamente em São João do Sul (SC), em dezembro. Ao todo, a organização criminosa é composta por 26 pessoas.

A quadrilha era dividida por tarefas. Alguns integrantes roubavam os veículos enquanto outros preparavam documentos, por exemplo. Havia os que guardavam os carros e os que os revendiam. No dia 14 de março, ZH já havia mostrado como agia o grupo, depois que o líder do bando, Ramires Elias Branco da Costa, o Alemão Ramires, 24 anos, foi preso. Ele era responsável pela clonagem dos carros e de encaminhá-los a Santa Catarina.

Também preso, Alequissandro Correa de Oliveira, 32 anos, é considerado um dos cabeças do grupo. Cabia a ele levar os assaltantes até a área escolhida. Conforme os registros policiais, grande parte dos ataques ocorriam na Zona Norte. Em média, três carros eram roubados ou furtados pelo grupo por dia.

A preferência do grupo era agir nas primeiras horas da manhã ou entre o fim da manhã e o início da tarde. O horário do meio-dia era escolhido para atacar próximo a escolas e creches. Com os filhos, pais e mães não esboçavam reação e, assim, ficava mais fácil levar o veículo.

– Eles atuam sempre armados, mas não tivemos ocorrências de latrocínios – afirmou a delegada Vivian.

Investigada participação de policiais e servidores

Depois que a dupla contratada roubava o veículo, ela a deixava em uma rua calma, já pré-determinada por Alequissandro Correa de Oliveira. Ele buscava os assaltantes, os deixava em outro lugar e ficava com as chaves. No final da tarde, se o carro não tivesse sido localizado pelo proprietário ou se o rastreador não tivesse sido acionado, ele chamava outra dupla para pegar as chaves e buscar o veículo.

De lá, ele seguia em geral para um sítio na zona sul da Capital. Para esconder o carro no local, até que os documentos e placas falsas ficassem prontas, o grupo pagava R$ 100 de diária por automóvel. As placas eram confeccionadas em um escritório em Viamão, cujo proprietário e permissionário foi preso na semana passada.

A delegada Vivian Calmeieri do Nascimento solicitou também uma auditoria do sistema Consultas Integradas, que contém as informações restritas sobre RGs e documentos de veículos, já que nem todas os dados necessários para o golpe poderiam ser acessadas por quem emite as placas. A hipótese de que policiais civis e militares e servidores do governo gaúcho ou catarinense estejam envolvidos no esquema é investigada.


O esquema

ALEXANDRE LEÃO, Chefe de investigações da Delegacia de Roubos Veículos - "Em geral, quando as pessoas chegam em casa estão mais atentas à movimentação. Mas, quando saem para o trabalho, estão mais relaxadas. Eles se aproveitavam disso e atacavam quando o motorista deixava a garagem logo cedo"

- Carros de modelos novos, a partir de 2010, eram roubados principalmente nos bairros Vila Ipiranga, Vila Jardim, Itu Sabará, Rubem Berta e no eixo da Protásio Alves;

- Por um ou dois dias, os veículos eram deixados em um sítio na zona sul da Capital, a fim de despistar possível localização por GPS e para dar um tempo à clonagem do veículo;

- Nesse período, uma firma autorizada pelo Detran para emplacamentos em Viamão pesquisava veículos em situação de alienação fiduciária em SC, PR, SP e PE. A firma, então, confeccionava placas frias;

- O veículo era enviado aos Estados e colocado à venda na condição de “não-pago” ou “em ação revisional de financiamento”. Os valores: de R$ 5 mil e R$ 10 mil. O comprador sabia que o carro poderia ser retomado pelo banco.

domingo, 18 de março de 2012

CONCURSO PARA POLICIA FEDERAL

Saiba o que priorizar nos estudos para o concurso da Polícia Federal. Inscrições para 600 vagas da seleção pública estão abertas a partir desta sexta-feira. ISABEL KOPSCHITZ. O GLOBO, 16/03/12 - 11h31

RIO - Depois de uma longa espera, foram abertas hoje as inscrições para a seleção pública da Polícia Federal, para preencher 500 vagas de agente da PF e 100 de papiloscopista. Com um salário inicial de R$ 7.514,33, o concurso atrai não só pelo bom salário, mas também pela estabilidade. Para concorrer, os candidatos devem ter diploma de curso superior, em qualquer área. As inscrições podem ser feitas até 3 de abril, pelo site do Cespe/UnB, organizador do concurso, mediante o pagamento de taxa de R$ 125.

A seleção será composta por prova objetiva - prevista para 6 de maio -, prova discursiva, exame de aptidão física, exame médico, avaliação psicológica e investigação social. Os locais e os horários dos exames objetivo e discursivo serão divulgados no site do Cespe/UnB, na data provável de 30 de abril.

Segundo o delegado federal Marcelo Bórsio, professor da rede LFG de preparação para concursos, os candidatos devem se preparar para uma prova difícil e concorrida para ambos os cargos, já que existem inovações em disciplinas e novos temas, em relação aos últimos editais. Dar atenção às últimas jurisprudências (no mínimo, os últimos 100 informativos) do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF) e às últimas leis processuais penais relevantes (a de provas e a de prisões) também é recomendado.

— O candidato deve ter atenção às leis especiais, sobre controle de segurança privada (visando à Copa de 2014, quando a segurança interna dos estádios será feita por empresas particulares), sobre controle de produtos químicos (que tem a ver com o preparo de drogas) e sobre estrangeiros — diz Bórsio.

Na prova objetiva, os candidatos a agente devem reforçar os estudos em contabilidade, economia e administração, já que no dia a dia os agentes são muito exigidos em relação à administração interna da PF, além do fato de que a área contábil é essencial para apoio em investigações de crimes fiscais e financeiros. No exame objetivo de papiloscopista, a matéria de identificação criminal vai ter alto valor, pois, além de ser inovação no certame, é exigência mínima para a carreira.

— Na prova subjetiva, o candidato deve dedicar atenção especial aos temas de seguranca pública, além da forma e gramática. É fundamental ler bastante e produzir várias dissertações — afirma Bórsio, acrescentando ainda que é relevante dar especial atenção a contabilidade, economia e administração.

Saber administrar o tempo é fundamental nas provas da Cespe/UnB, diz professor
Segundo o professor Paulo Estrella, diretor pedagógico da Academia do Concurso, os candidatos costumam ter dificuldade de interpretação nas provas do Cespe/UnB, o que faz com que o tempo seja “um gargalo” na hora da prova. As questões podem ter enunciados extremamente curtos ou muito longos:

— Quem vem se preparando há mais tempo já conhece o modelo Cespe, ou seja, está bem treinado e sabe o que vai encontrar. Quem não está habituado deve buscar tudo que puder para se acostumar às questões e aumentar a velocidade de resolução da prova.
Estrella ressalta que os aspirantes a agentes e papiloscopistas devem dar prioridade, no estudos, à área de direito:

— Nas disciplinas que não mudaram, como o direito constitucional, é característica da banca pesar a mão nas questões.

Já na opinião de Marcelo Marques, diretor do Concurso Virtual, tendo por base a última prova de agente da PF, realizada em 2009, as disciplinas de direito corresponderam a 30% da prova, o que mostra que não se pode negligenciar nenhuma disciplina, porque todas têm um peso considerável na classificação.

— Um destaque especial é “Noções de administração”, que veio completamente diferente do último edital — alerta. — Independentemente da área de formação acadêmica, vai se dar melhor aquele que conseguir organizar mais o seu tempo, estabelecendo um plano de estudo e, sobretudo, tendo acesso aos melhores materiais e professores.

Gramática, interpretação de textos, atualidades e informática reúnem 50 questões num total de 120 das perguntas do exame objetivo. Embora seja difícil do candidato estudar, “Atualidades” não chega a ser um problema para quem está acostumado a ler jornal, acompanhar o noticiário, atualizar-se, dizem especialistas. O treinamento para o teste físico também deve começar logo, alertam professores, e é até uma forma de alivar a tensão dos estudos teóricos.

— É muito comum o candidato se esforçar muito, trabalhar intensamente o conteúdo teórico, mas se esquecer da prepação física, que reprova tanto quanto o conhecimento teórico — diz Estrella.

Embora não se arrisquem a prever a relação candidato/vaga desta seleção, professores dizem que será bem maior do que ocorreu no último concurso para agente da PF, em 2009, com 120 candidatos por vaga, e no último de papiloscopista, em 2004, com 55 concorrentes por vaga.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É interessante analisar algumas peculiaridades neste concurso que abre 500 vagas de agente da PF e 100 de papiloscopista, oferecendo um salário inicial de R$ 7.514,33 para candidatos devem ter diploma de curso superior, em qualquer área. Mostra que a Polícia Federal não sofreu o mesmo crime cometido contra as polícias civis e militares estaduais onde a perícia foi desmembrada da polícia civil e que os salários iniciais nas polícias estaduais ainda são miseráveis e distante do inicial concedido à polícia federal. Como é que a sociedade brasileira vai obter equivalência, harmonia ou motivação no Sistema de Justiça Criminal? Nunca.

sexta-feira, 16 de março de 2012

POLÍCIA CIVIL PRENDE LÍDER DOS "BALA NA CARA"

Atrás das grades.Principal líder dos Bala na Cara é preso no interior de Gravataí. Cristian dos Santos Ferreira estava foragido e foi encontrado em um sítio em Morungava. Eduardo Torres, DIÁRIO GAÚCHO, ZERO HORA, 16/03//2012

Cristian dos Santos Ferreira, 27 anos, conhecido como Nego Cris, foi preso na manhã de hoje em um sítio em Morungava, interior de Gravataí. O homem é considerado um dos principais líderes da quadrilha dos Bala na Cara.

Junto com o líder, a polícia encontrou câmeras de monitoramento no local, além de fazer a apreensão de uma pistola .380 e um revólver, munições, dois carros e uma moto.

De acordo com o delegado responsável pela Operação Bala no Alvo, Mário Souza, Cristian estava escondido em uma espécie de campo de paintball, que servia como treinamento para os Bala na Cara.

quinta-feira, 15 de março de 2012

PC-RS DESMANTELA QUADRILHAS QUE VENDIAM DROGAS NO INTERIOR DO RS

GOLPE QUÍNTUPLO. Operação em Ijuí desmantela quadrilhas. Uma operação da Polícia Civil desmantelou ontem cinco quadrilhas de tráfico de drogas em Ijuí, no noroeste do Estado. Ao todo, 25 pessoas foram presas e quatro adolescentes foram apreendidos. ROBERTO WITTER, ZERO HORA 15/03/2012

De acordo com o delegado Bruno Oliveira, que comandou as investigações durante seis meses, a maioria dos negócios era administrada em família. No caso mais curioso, uma idosa de 74 anos controlava a venda de drogas.

– Ela tinha dois filhos. Um deles era o chefe da quadrilha, mas acabou condenado e preso. Com isso, ela assumiu a chefia do esquema com outro filho – explica o delegado.

Os grupos desmantelados não tinham ligação formal, mas eventualmente comercializavam drogas entre si. Com as prisões, a Polícia Civil acredita ter abalado a estrutura, que movimentava drogas na cidade e em outros municípios da região Noroeste.

– Em um dos casos, um casal e a sogra movimentavam mais de R$ 200 mil por trimestre. A ação deles não se limitava apenas à venda de entorpecentes na cidade, mas se espalhava para outros municípios – conta Oliveira.

Um efetivo de 200 policiais – 175 agentes e 25 delegados – e 60 viaturas foi mobilizado para o cumprimento de 25 mandados de prisão, 24 de busca e apreensão e quatro de internação provisória de adolescentes. Foram apreendidas drogas como crack, cocaína e maconha, além de dinheiro e veículos.

A Polícia Civil não divulgou os nomes dos presos.

As quadrilhas

1. Idosa de 74 anos assumiu o lugar do filho preso no bairro Getúlio Vargas. Um bar e uma oficina mecânica eram usados como negócios de fachada.

2. A mãe, dois filhos e a nora adolescente atuavam no bairro Quinze de Novembro.

3. Principal alvo da operação, o suspeito de ser o maior traficante da região foi preso com a mulher e a sogra. Atuavam no bairro Jardim.

4. Ao menos 10 pessoas foram presas no bairro Osvaldo Aranha.

5. Casal que atuava no bairro São Paulo foi preso. O homem já cumpria prisão domiciliar.

sábado, 10 de março de 2012

VIGILÂNCIA ELETRÔNICA INTEGRA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE NO RS


BBB DE VEÍCULOS. Capital e região com vigilância integrada. Projeto Cerca Eletrônica prevê câmeras nos acessos de 13 municípios - zero hora 10/03/2012

Em 30 dias, o governador Tarso Genro e prefeitos da Região Metropolitana devem assinar um acordo para viabilizar um dos mais ousados projetos de combate à indústria do roubo e do furto de veículos no Rio Grande do Sul. Até o final do ano, 13 munícipios da Região Metropolitana terão entradas e saídas vigiadas por câmeras interligadas e sob o monitoramento das autoridades de segurança.

Aproposta nasceu de estudos do Consórcio Metropolitano, organismo criado no ano passado pela Associação dos Municípios da Grande Porto Alegre (Granpal) para desenvolver programas de melhorias em conjunto, e deve custar mais de R$ 10 milhões.

No princípio, foram previstas 96 câmeras nas 11 cidades que integram a entidade (Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Esteio, Glorinha, Gravataí, Nova Santa Rita, Santo Antônio da Patrulha, Sapucaia do Sul, Viamão e Porto Alegre), mas o número será ampliado com a adesão de São Leopoldo e Novo Hamburgo, a pedido da Secretaria da Segurança Pública.

Chamado de Cerca Eletrônica, o projeto consiste em monitorar por meio de câmeras a circulação na região. A passagem de veículos furtados ou roubados acionará alarmes nos postos policiais próximos. Os equipamentos eletrônicos também armazenarão imagens em um banco de dados para análise de movimentações suspeitas.

A partir desses estudos, a ideia é poder reprimir outros tipos de crimes como assaltos a banco, a partir de estudos das placas dos carros usados pelos ladrões e até a clonagem dos veículos (veja quadro). Estão previstas instalações de centrais de controle na sede da Secretaria da Segurança, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e em alguns dos municípios.

– Será realizado um trabalho de inteligência, de análise comportamental dos veículos. É mais uma ferramenta para auxiliar as polícias – afirma Alberto Kopittke, diretor-executivo do Consórcio Metropolitano, idealizador do projeto.

Os detalhes da Cerca Eletrônica ainda são desconhecidos porque os estudos estão em fase final por técnicos da Granpal, da PRF e do Departamento Estadual de Trânsito. O projeto se espelha em experiência anterior em Indaiatuba, na região metropolitana de São Paulo, onde resultou em uma queda de 70% dos roubos e furtos de veículos.

sexta-feira, 9 de março de 2012

EXPLOSIVO APREENDIDO


Homem é preso com dinamite no Interior - ZERO HORA 09/03/2012

Polícia suspeita que material seria vendido a quadrilhas que atacam banco
Policiais da Delegacia da Polícia Civil de Caçapava do Sul apreenderam ontem 22 quilos de dinamite, separadas em 105 bisnagas. Os explosivos estavam com Daniel da Silva Sacol, 20 anos, que carregava parte do produto em uma mochila.

A prisão ocorre em meio a uma sequência de ataques com explosivos no Rio Grande do Sul. Somente entre a madrugada de domingo e a de segunda-feira, pelo menos quatro agências e postos bancários foram alvo de bandidos.

Em dois casos, na Serra (em Ipê) e na Região Metropolitana (em Sapucaia do Sul), os ladrões destruíram os estabelecimentos com dinamite.

O suspeito foi pego quando entrava em um táxi na Rua Domingos Dutra Faria, no bairro Aviação. A suspeita da polícia é de que o produto seria vendido para quadrilhas que o utilizam na explosão de caixas automáticos de bancos. Quando foi flagrado, o jovem não ofereceu resistência e apontou que o restante da dinamite estava na casa de um comparsa, não localizado até a tarde de ontem.

De acordo com a delegada Fabiane Bittencourt, a quantidade de dinamite encontrada com Sacol seria capaz de explodir três quadras, e estaria avaliada em R$ 10 mil. Sacol já vinha sendo investigado pela Polícia Civil de Caçapava do Sul por suspeita de furto de explosivos de uma mineradora da cidade. O crime teria ocorrido há cerca de um mês. Um inquérito foi aberto e deve ser concluído em 10 dias.

– Eles (os dois) responderão por posse de material explosivo – explicou a delegada.

Sacol foi recolhido, ainda ontem, ao Presídio Estadual de Caçapava do Sul.

AÇÃO EM ÁREAS DE ASSALTOS NA FREEWAY

Cinco detidos em área de assaltos na freeway - ZERO HORA 09/03/2012

Quatro pessoas foram presas e um adolescente de 17 anos apreendido ontem durante operação conjunta da Brigada Militar (BM) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na zona norte de Porto Alegre, onde houve apreensão de drogas, armas e até de um carro blindado. A ação procurava suspeitos de tráfico de drogas que atuam na Vila Dique, próximo à freeway, área onde há registro de ataques a motoristas parados nos congestionamentos.

Pelo menos dois casos de ataques a motoristas foram registrados em fevereiro, conforme a PRF, no trecho entre os kms 88 e 90. As investidas são feitas por bandidos armados, conforme o chefe interino da Comunicação Social da PRF, João Antônio Brasil, mas não foi confirmado se o grupo é responsável pelos ataques.

Armas foram encontradas em uma casa na Vila Dique durante a ação policial, como uma espingarda calibre 20 e um revólver calibre 32, além de munições de vários calibres, toucas-ninja, drogas (buchas e papelotes de maconha, cocaína e crack) em quantidade não confirmada, uma balança de precisão e um Golf blindado. De acordo com a BM, o veículo, com placas de São Paulo, estaria sendo usado pelo suspeito apontado como chefe do grupo, Nilson José Fender, 30 anos, que estava na residência.

– Ele usava o carro blindado para se proteger – disse o major Sérgio Augusto Bonfanti, chefe da Inteligência do Comando do Policiamento da Capital (CPC).

A blindagem do Golf é profissional, confirmou a BM. Os vidros do veículo, por exemplo, têm dois dedos de espessura, garantiu um policial. Entre o material apreendido, também havia 250 DVDs piratas e 25 cartelas de Viagra.

quinta-feira, 8 de março de 2012

GCM DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS RECEBE BASE MÓVEL - UMV



Hoje pela manhã, a Prefeitura Municipal entregou as chaves da Unidade Móvel de Videomonitoramento, viatura 1144 da Guarda Civil Municipal de São José dos Campos. Elvis de Jesus, Inspetor Regional de GCM. SJCampos - Portal Miliciano Municipal 08/03/2012

A UMV é um veiculo furgão teto alto, marca Citroën Jumper, motorização a diesel 2.200 cc, com 10 M3 de área útil, foi adquirida por licitação pública com considerável redução de custo final para a Administração Municipal, após a aquisição elaboramos o Termo de Referência para a aquisição, integração e operacionalização de solução tecnológica de video monitoramento embarcado, que permitisse a visualização de imagens, gravação na UMV e transmissão em tempo real a um determinado servidor com plataforma de internet e intranet, conluida a fase de estudos e planejamentos o edital foi publicado pela Prefeitura Municipal e contou com o apoio e acompanhamento técnico de nossa equipe de GCM para escolha de empresa integradora de sistema, posterior a licitação nos empenhamos na fiscalização semanal para emissão dos laudos de conformidade técnica, todos os equipamentos especificados e fornecidos atendem as "Normas Militares Standart: C,D e E", tendo em vista a multiplicidade de missões a serem realizadas pela UMV e sua equipe de profissionais da GCM.

A UMV possui uma câmera speed dome de 36X no zoom digital e 12X no zoom óptico, não possui sistemas de correias ou cabos, é uma camera especialmente desenhada para situações criticas, tem suporte IP (Internet Protocol) para envio de imagens via internet para servidores e computadores previamente habilitados, mastro pneumático de oito metros, acionado por compressor sem tanque e sem uso de fluido hidraulico, monitor LED de 27", baterias maritimas de 150 Ampêres, transmissor de imagens e posionamento global operadando em rede privada no modo GPRS e EDGE, inversor de tensão elétrica de 3.000 Watts, estabilizadores de tensão elétrica, no-break para dez horas de utilização continua do sistema de monitoramento e gravação de imagens, microcomputador com 2 Teras de HD, memória RAM de 8 GB e gravador de DVD, sinalizador acústico visual na parte frontal e traseira por barramento de leds de alto brilho, a especificação seguiu estritos parametros técnicos de Segurança Pública.

Para conforto dos GCM empregados na UMV foi instalado banco tipo baú com três almofadas e encostos estofados, armário aéreo embutido para a guarda de pertences pessoais, ar condicionado modelo split de 9.000 BTUs para refrigeração da área de monitoramento, iluminação interna distribuida em quatro pontos por spots de led branco, revestimento anti frio e calor, revestimento acústico, piso laminado em material sintético de fácil higienização, cadeiras ergonômicas e toldo lateral.

A UMV deverá operar em apoio nos eventos, locais com grande fluxo de pessoas, praças públicas, situações criticas e locais que demandem de monitoramento de imagens em distância segura (Acidentes com gases e produtos químicos).

Trabalhamos nesse projeto desde sua concepção, passamos pela fase de pesquisas, estudos de cases, projeto de lay out, projeto de ergonomia, projeto de isolamentos, sistemas eletrônicos, desenho de software especifico para operações embarcadas, elaboração do edital, acompanhamento técnico de integração e operacionalização, é uma fase que concluimos nessa data, mas que nasceu a um ano, demandou de esforços de equipe.

A UMV é certamente um diferencial na prestação de serviços a nossa comunidade, é um diferencial na nossa Instituição, os Guardas Civis Municipais passam a ter um referencial nas operações de segurança e proteção dos grandes eventos que acontecem na cidade de São José dos Campos, estarão abrigados das intempéries e da exposição desnecessária no caso de precisarem descansar durante a jornada de trabalho nesses locais.

É interessante frisar que em virtude de termos desenvolvido todas as etapas do projeto, termos buscado fornecedores e parceiros para a venda de meios materiais e prestação de serviços, conseguimos reduzir consideravelmente o valor que seria destinado inicialmente para investimento em uma viatura desse tipo, é um retorno que damos a nossa Administração Municipal que tem nos tratado com respeito e feito investimentos em todos os setores da nossa GCMSJC, temos orgulho de ser GCM e sempre fazer o melhor em prol de nossa Corporação, "Proteger & Servir"!!!

segunda-feira, 5 de março de 2012

VIGILÂNCIA EFICIENTE

EDITORIAL ZERO HORA 05/03/2012

A conjugação da tecnologia com a competência profissional garantiu a prisão em flagrante de um assaltante no centro de Porto Alegre, na semana passada, e ainda proporcionou visibilidade à Polícia Militar do Rio Grande do Sul. Responsável pelo plantão da madrugada no serviço de videomonitoramento das ruas centrais, o soldado Fábio Pena de Moraes percebeu um homem em atitude suspeita e passou a acompanhá-lo. Quando viu que ele buscava uma vítima, alertou seus colegas que faziam a ronda. E gravou as imagens amplamente divulgadas pelos meios de comunicação, especialmente pela internet: o bandido cerca a vítima, desfere-lhe um potente soco no rosto, fazendo-a desmaiar, e saqueia seus bolsos e sua mochila na maior tranquilidade. Porém, quando começa a se afastar, é abordado por policiais que chegam em duas viaturas. As cenas gravadas convenceram o delegado de plantão a encaminhar o delinquente para o Presídio Central.

O que fica do episódio? Fica, principalmente, a ideia de que a vigilância por câmeras pode ser eficaz para reduzir a criminalidade e para garantir a segurança da população em locais públicos. Um parque como a Redenção, por exemplo, poderia se tornar bem mais seguro para seus frequentadores se fossem colocadas câmeras de vigilância em pontos estratégicos – e, evidentemente, se o controle eletrônico fosse complementado por policiais atentos e disponíveis para agir.

A presença de câmeras já é suficiente para desestimular os assaltantes, mas o equipamento só cumpre com eficiência sua função quando recebe manutenção adequada e acompanhamento do olhar humano. A polícia não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, mas pode chegar com rapidez onde se faz necessária. Vale a pena investir os recursos do contribuinte nesta alternativa eficiente e civilizada.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - A vigilância por CFTV é importante, mas esta ferramenta apenas complementa a atividade do aparato policial nos aspectos preventivo e repressivo. Por este motivo, o SISTEMA DE JUSTIÇA CRIMINAL precisa envolver e integrar os demais instrumentos responsáveis pela paz social para comprometer os agentes, desburocratizar as ligações, agilizar os processos, controlar as ações e desenvolver políticas de investimento em pessoal, tecnologia e condições de trabalho, além de fortalecer o sistema com leis rigorosas, justiça aproximada e penas temidas.

PERÍCIA CRIMINAL - REFORÇO E INVESTIMENTOS

Governo federal foca no reforço à perícia criminal e vai investir na área. Renata Mariz - CORREIO BRAZILIENSE, 04/03/2012 09:57

A frase é pronunciada com revolta e perplexidade. “O corpo fala. A gente assiste ao CSI e vê que um cabelo, resto de pele debaixo da unha, tudo pode ajudar a solucionar um crime”, afirma Edglemes José dos Santos. Alagoano de 51 anos, ele descobriu da pior forma possível que a perícia no Brasil está muito longe do seriado americano de maior sucesso nos últimos tempos. Dias depois de enterrar o filho mais velho, Erick, de 24 anos, em janeiro, teve de autorizar a exumação do corpo para a retirada de duas balas, que seriam confrontadas com armas de suspeitos. “Deixar meu menino com os tiros porque não havia um aparelho de raios X? Que absurdo!”, revolta-se. As condições de penúria dos setores de perícia não só em Alagoas, mas nos quatro cantos do país, levaram o Ministério da Justiça a priorizar a área, de forma inédita, no Plano de Combate aos Homicídios, quase pronto para ser lançado.

“Vamos manter a essência da segurança com cidadania, mas com um enfoque diferente. Queremos dotar os estados de laboratórios e toda a infraestrutura necessária para que os peritos possam trabalhar”, adiantou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sem revelar detalhes da proposta. Documentos que ajudaram a convencer Cardozo da necessidade de investimentos nas perícias mostram, por exemplo, que o efetivo em todas as regiões do país é precário (veja arte). Enquanto a Associação Brasileira de Criminalística (ABC) recomenda 20 profissionais por 100 mil habitantes, o número não chega a três em locais como Alagoas, Ceará e Maranhão. Só o Tocantins alcança o patamar sugerido, com 30 peritos por 100 mil habitantes. “Se não for parente do prefeito, o cidadão que morre no sertão, lá no interior de muitos estados, não terá um perito criminal para fazer os exames”, diz Iremar Paulino, presidente da ABC.

A matéria completa você lê na edição impressa do Correio Braziliense deste domingo (4/2).

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Veja o contrassenso. Enquanto os Estados federados, entre eles o Rio Grande do Sul, sucateiam e dividem suas polícias estaduais, tirando da estrutura policial civil (investigativa) o segmento pericial (perícia criminal), a União mantém este importante instrumento dentro da organização Polícia Federal. Assim, a Polícia Federal se fortalece e as Polícias Estaduais ficam desmobilizadas e enfraquecidas diante do crime.

domingo, 4 de março de 2012

EMERGÊNCIA 190 - ALÔ, É DA POLÍCIA?


Cobrança foi a palavra de ordem da PM do Rio para reduzir em até quatro vezes o tempo de espera no serviço de ligações de emergência para o número 190 - por Caio Barretto Briso. REVISTA VEJA RIO, 21 de Dezembro de 2011

Poucos são os cariocas que nunca se viram diante de uma situação em que fosse imperativo acionar a Polícia Militar. De casos menos graves, como uma festa barulhenta varando a madrugada, até um traumático assalto a mão armada, a reação imediata da vítima é pegar o telefone e teclar 190. Concluída a ligação, resta aguardar a chegada dos agentes públicos ao local. Menos mau que essa espera, sempre carregada de ansiedade, esteja cada vez menor. Um levantamento feito pela PM do Rio mostra que, ao longo deste ano, o serviço de atendimento de emergências ganhou eficácia. Enquanto em 2010 uma viatura policial demorava em média quase uma hora para ser despachada ao endereço registrado na chamada, nesta temporada o intervalo despencou para algo em torno de quinze minutos. Não se trata de coincidência nem de melhora no trânsito, mas sim do resultado de ajustes implementados no serviço, com efeitos rápidos. Um dos grandes responsáveis pela reformulação do 190 é o atual comandante da Polícia Militar fluminense, coronel Erir Costa Filho, que esteve à frente do programa entre janeiro e outubro. “Fiquei assustado com o que vi”, revela ele. “Porém, com muito trabalho conseguimos botar ordem na casa.”

A explicação da metamorfose pode ser resumida em uma só expressão: choque de gestão. Para alcançar os bons índices de agora, não houve investimento vultoso em tecnologia nem em contratação de mão de obra. Duas medidas factíveis fizeram toda a diferença: organização e, principalmente, cobrança. O serviço é dividido em etapas. Na ponta inicial, um grupo de telefonistas fica responsável por receber as ligações e fazer uma filtragem antes de repassá-las ao batalhão da PM responsável pela área da ocorrência. De lá, o policial de plantão aciona a viatura mais próxima do endereço em questão. A primeira novidade se deu exatamente nessa fase. Os batalhões passaram a ser pressionados a despachar os veículos o mais rapidamente possível, e seus comandantes começaram a receber informes diários com o desempenho dos regimentos. Assim, as unidades que demorassem mais de dez minutos nesse procedimento eram punidas com a cor amarela. Se o tempo superasse vinte minutos, elas recebiam a vermelha — falha considerada grave. Esse processo passou a ser monitorado o tempo todo por uma equipe de agentes especialmente destacados para fiscalizar o atendimento. Nos casos mais problemáticos, o próprio coronel Costa Filho telefona para o chefe do regimento e cobra mais agilidade. Apesar de ter sido nomeado em setembro para o cargo de comandante-geral da corporação, o oficial faz questão de continuar recebendo todas as informações relativas ao serviço em seu tablet, com boletins emitidos de hora em hora. “Hoje, ninguém mais ganha cartão vermelho”, comemora Costa Filho.

Outro ponto importante da reforma foi a formação de uma equipe para reunir e estudar as informações contidas nas chamadas. De posse desse levantamento, torna-se possível identificar os problemas que mais afligem os moradores, bairro a bairro (veja o quadro na pág. 25). Em Ipanema, Leblon e São Conrado, região do 23º Batalhão, o maior número de ocorrências diz respeito ao trânsito, com a predominância do item “colisão sem vítimas” — que, desde o início do mês, deixou de ser atendido pela polícia. Em Copacabana e no Leme, área do 19º BPM, as principais reclamações referem-se à “perturbação do sossego”. A barra fica bem mais pesada em Santa Cruz (27º), com a maioria das queixas alusiva a “lesões corporais”.

Principal canal entre a sociedade e as forças policiais, o sistema 190 é parte estratégica do setor de segurança pública. Seus números impressionam. Neste ano, excluído o mês de dezembro, o serviço recebeu 6,5 milhões de chamadas provenientes da região metropolitana do Rio. Para dar vazão à demanda, cuja média fica em torno de 20 000 ligações diárias, uma equipe de 204 pessoas, todas civis, reveza-se em turnos de seis horas numa sala no prédio da Secretaria Estadual de Segurança Pública, no Centro. Contratado por uma empresa terceirizada, o grupo é treinado durante dez dias antes de assumir a função, que exige dose cavalar de paciência. É preciso muito sangue-frio para não se irritar com tantas brincadeiras e xingamentos — e, sempre que possível, ainda terminar a ligação com o amistoso “A Polícia Militar agradece a confiança”.

A quantidade de trotes recebidos é um problema sério. Só neste ano já houve mais de 2 milhões de telefonemas para zombar do atendente ou passar informações propositalmente erradas. Para cada contato que de fato vira uma ocorrência, há duas dessas “ligações indevidas”, como são denominadas. “No início, eu ficava horrorizada, principalmente com as crianças, que dizem coisas inimagináveis”, conta Izaura de Almeida, há quatro anos no ofício. Infelizmente, nem sempre a troça consegue ser detectada. Já houve o caso de fecharem a Rua Conde de Bonfim, na Tijuca, e mobilizarem o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) para vasculhar todos os 64 apartamentos de um edifício, após o chamado de um morador. Três horas depois, descobriram que se tratava de uma furada. “Esse ainda é o nosso principal problema, mas em breve ele será resolvido”, aposta a coronel Edite Bonfadini, supervisora do 190. Ela ancora seu otimismo na Lei Estadual nº 5784/10, já aprovada na Assembleia Legislativa, que pune os trotes com multas cujo valor mínimo é de 200 reais. Falta apenas a sanção do governador Sérgio Cabral.

O primeiro serviço de socorro a emergências por telefone surgiu na cidade de Londres, em 1937, mais de setenta anos após a invenção do aparelho. Para facilitar a memorização, o número escolhido foi o 999. Exatamente 1 336 ligações foram recebidas logo na primeira semana de funcionamento do sistema. A primeira delas teria sido feita pela mulher de um inglês chamado John Stanley Beard. Ela estava na janela de casa, no bairro de Hampstead, quando viu seu marido ser perseguido por um ladrão. Após a polícia ser contatada, o gatuno foi preso. O sistema chegou ao Rio na década de 60. Desde então, o 190 se fixou na cabeça dos cariocas. Apesar dos avanços recentes, o coronel Costa Filho ainda não está satisfeito com o serviço por aqui. “Nossa meta é baixar para cinco minutos o tempo de despacho de uma viatura”, afirma. Tomara.

Os atendentes do serviço 999, nos anos 50, em Londres: a capital inglesa foi a pioneira no disque-emergência


Passo a passo do atendimento e as reclamações predominantes nos bairros