Neste Blog rendemos a nossa homenagem aos Gestores e Agentes Policiais que, apesar das dificuldades internas, das leis brandas, do enfraquecimento da autoridade, dos salários baixos, do fracionamento do ciclo policial e das mazelas do Judiciário que discriminam e alijam as forças policiais do Sistema de Justiça Criminal impedindo a continuidade e a eficácia dos esforços contra o crime, dedicam suas vidas na proteção do cidadão, na preservação da ordem pública e na defesa do povo, das Instituições e do Estado, em prol da almejada PAZ SOCIAL no Brasil.

sábado, 26 de janeiro de 2013

ENXUGANDO GELO


ZERO HORA 26 de janeiro de 2013 | N° 17324

Operação para prender presos

Cerca de 700 policiais civis e militares desbarataram quadrilha que atuava dentro de uma cadeia na Região Metropolitana

TAÍS SEIBT. Colaborou Bruno Felin
Vinte e cinco de janeiro de 2013 vai entrar para a história gaúcha como o dia em que o Estado mobilizou 700 agentes para prender presos. A ação que mobilizou as polícias Civil e Militar, a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) e o Instituto-geral de Perícia (IGP) resultou em 33 prisões e revelou um dado alarmante: dois em cada três presos no Instituto Penal de Viamão (IPV) portavam celulares nos alojamentos.

Os cachorros da vizinhança foram os únicos a quebrar o sigilo da operação deflagrada na madrugada de ontem para prender detentos do IPV que seguiam praticando crimes na Região Metropolitana. Em uma cadeia que abriga cerca de 450 apenados, foram apreendidos 303 telefones. Os policiais também encontraram armas, drogas e até mulheres na prisão (veja quadro). Além dos 19 suspeitos presos que já estavam no IPV e serão encaminhados para o regime fechado, foram efetuadas duas prisões em Arroio dos Ratos e outras duas em Charqueadas. Dez foragidos também foram capturados.

A investigação da Polícia Civil começou há sete meses, após dois detentos serem flagrados transportando armas para dentro do albergue. Uma série de interceptações telefônicas confirmou que os presos tinham saída livre do prédio. A polícia montou um álbum com todos os apenados para que vítimas de roubo pudessem reconhecer os suspeitos. Como resultado, a Justiça expediu mandados de busca e apreensão e de prisão. Parte dos mandados foi cumprida na Capital e em Novo Hamburgo, Gravataí, Guaíba, São Leopoldo, Cachoeirinha e Canoas.

– Estamos habituados a prender pessoas na rua, hoje vamos prender dentro da cadeia – disse o chefe de Polícia, Ranolfo Vieira Junior, aos 350 policiais que se concentraram na Academia de Polícia, em Porto Alegre, por volta das 4h30min.

O Grupo de Ações Táticas Especiais já estava em Viamão para isolar o perímetro ao redor do IPV e cerca de 250 policiais se deslocavam em cinco ônibus até o local. As celas foram esvaziadas, os presos foram colocados em um dos anexos e cerca de 20 peritos do IGP, além de policiais civis, começaram a varredura nas galerias. Nenhum objeto foi tocado até a chegada da perícia, para não prejudicar as provas.



Fim da farra

JOSÉ LUÍS COSTA

É mais do que bem-vinda a operação da Polícia Civil para acabar com a farra da quadrilhas que tomaram conta do Instituto Penal de Viamão (IPV).

Ninguém, em sã consciência, acredita que o IPV pode ressocializar alguém. Por mais boa vontade que um apenado tenha em voltar ao convívio social, a partir do IPV, isso é quase impossível.

O maior albergue do Estado tem tudo para ser a maior boca de fumo de Viamão. Oferece crack para qualquer um dos 450 presos e ainda tem freguesia externa, vinda das vilas do entorno. Poderia, também, ser chamado de motel porque recebe garotas de programa ou locadora de armas, porque revólveres e pistolas, dizem que também fuzil, passam de mão em mão entre os detentos.

Eles saem a qualquer hora do dia ou da noite para roubar, sequestrar ou matar. Pulam janelas sem grades e atravessam cercas furadas, voltando com a maior tranquilidade. Isso tudo diante de meia dúzia de agentes, que nada podem fazer, fechados na administração com placas de aço nas janelas para se protegerem de tiroteios.

O mais chocante crime desta semana tem o dedo de um foragido do IPV que apertou o gatilho para matar o policial civil Michel Vieira e a mãe dele, em um assalto frustrado na zona leste da Capital. A Justiça já tinha interditado o IPV. A Brigada Militar já vinha monitorando e capturando fujões, e, agora, a Polícia Civil. Todos tentando prender quem deveria estar preso.


Descaso no semiaberto

Saiba o que os policiais encontraram durante o pente-fino no Instituto Penal de Viamão (IPV), na manhã de ontem:

- 16 armas apreendidas – Uma das pistolas recolhidas ontem no IPV pode ter sido usada em um homicídio registrado recentemente em Porto Alegre. A polícia, com ajuda das provas periciais, irá investigar o caso.

- Cinco quilos de drogas – Detentos teriam montado uma boca de fumo dentro do presídio para vender drogas a moradores, que tinham entrada facilitada no local pela fragilidade da vigilância no abrigo.

- Seis mulheres – Quando o batalhão entrou na cadeia, seis mulheres estavam irregularmente no local. É possível que elas tenham dormido na prisão. No ano passado, já tinham sido registradas visitas femininas ao presídio fora do horário permitido, inclusive de adolescentes.

- Quatro carros clonados – Envolvimento de detentos em roubo de carros era um dos crimes investigados pela polícia. Quatro veículos clonados estavam estacionados no pátio do IPV na madrugada de ontem.

- 303 celulares, 89 carregadores e 91 chips – O número de aparelhos recolhidos expõe a facilidade com que entravam na cadeia. Interceptações telefônicas foram peças fundamentais para que a investigação confirmasse o envolvimento de presos em diversos delitos cometidos nas ruas.


AS PROMESSAS 

MAIS AGENTES - O secretário estadual de Segurança Pública, Airton Michels, comprometeu-se a dobrar o número de agentes penitenciários que atuam no IPV. Atualmente, são apenas 12. Michels sinalizou, também, para a realização de um concurso público para contratação de 1,4 mil novos agentes penitenciários ainda este ano.

REFORÇO NA SEGURANÇA - Outra medida imediata anunciada pelo secretário é o reforço no policiamento no entorno do albergue, com apoio da Brigada Militar.

TORNOZELEIRAS - A partir de março, 400 tornozeleiras eletrônicas serão usadas para monitorar presos do semiaberto, segundo o superintendente da Susepe, Gelson dos Santos Treiesleben. Inicialmente, a previsão era de que a medida fosse implantada em fevereiro. A expectativa é de que, até o fim do ano, a Susepe tenha 800 tornozeleiras à disposição.

NOVOS ALBERGUES - Treiesleben anunciou ontem que, também em março, dois imóveis devem ser alugados para abrigar novos albergues na Região Metropolitana, totalizando 300 novas vagas, que serão ocupadas por apenados transferidos do IPV. A promessa de novos albergues em locais alugados também não é nova. A locação, que havia sido anunciada para novembro do ano passado, foi adiada para o mês de janeiro.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

PRISÃO DE FORAGIDO

COMUNICADO VIA FACEBOOK

Prisão de foragido e tentativa de homicídio

NOTA A IMPRENSA Nº03/2013 2º R P Mon- 100 anos junto a Fronteira Oeste do RS. PRISÃO DE FORAGIDO POR TENTATIVA DE HOMICÍDIO CONTRA POLICIAIS MILITARES, LIVRAMENTO 

Na tarde desta terça-feira, dia 22 de janeiro em Santana do Livramento/RS, por volta das 17h40m, a Brigada Militar tomou conhecimento, através de uma denúncia anônima recebida pelo CIOSP (190), que o indivíduo conhecido pela alcunha de Torto, foragido da Penitenciária Estadual de Santana do Livramento (PESL), estaria deslocando-se na carona de uma motocicleta preta pela Rua Manduca Rodrigues, no centro da cidade em direção a Santa Casa de Misericórdia. De posse desta informação e tendo conhecimento que este já havia sido reconhecido como sendo um dos autores de roubos a mão armada ocorridos recentemente nesta fronteira, duas guarnições deslocaram para as imediações no intuito de localizá-los para que a guarnição do Pelotão de Operações Especiais fizesse a abordagem dos mesmos. 

Quando os criminosos visualizaram a viatura do POE empreenderam fuga e neste momento passaram por uma viatura descaracterizada da Brigada Militar que estava com giro-flash, com o intuito de que fosse identificada como viatura policial, sendo esta viatura alvo de um disparo de arma de fogo efetuado pelo carona da motocicleta, que atingiu a referida viatura do lado direito próximo ao para brisa dianteiro, na Av. Tamandaré entroncamento ao trevo com a Av. João Pessoa. 

Neste momento deslocava pela Av. João Pessoa a segunda viatura discreta da Brigada Militar, utilizando-se de equipamento luminoso de identificação de viaturas policiais, iniciando-se o acompanhamento da motocicleta. Neste momento os policiais que compunham a guarnição também tentaram uma abordagem e novamente o carona da motocicleta efetuou mais um disparo de arma de fogo, desta vez com o intuito de atingir a segunda guarnição, disparo este que ensejou na reação por parte dos policiais que revidaram com um disparo de arma de fogo com o objetivo de cessar as ações agressoras por parte dos criminosos. Em ato continuo como ainda empreendiam em fuga foi necessário ocasionar uma colisão para deter os indivíduos, os quais atiravam, pondo em risco a vida dos populares das proximidades e dos policiais. 

Na ação foram presos e identificados como sendo o carona Fernando Trindade Sosa, uruguaio, alcunha Torto, com passagens policiais no Brasil por roubo de veículo (2X), roubo a estabelecimento comercial (2X), outros roubos, receptação, porte ilegal de arma (2X), ameaça e posse de entorpecentes, possui passagem pelo sistema prisional do qual esta foragido desde o dia 12 de outubro de 2012, ocasião em que fugiu da penitenciária desta cidade. Este já fora reconhecido por vítimas de Livramento e Rivera - ROU, como autor de recentes roubos a mão armada. 

O condutor da motocicleta em um primeiro momento identificou-se, apresentando uma carteira de identidade de outra pessoa, no entanto foi reconhecido como sendo irmão de Fernando Sosa, durante revista pessoal foi encontrada em sua carteira a sua cédula de identidade uruguaia em nome de José Maria Trindade Sosa, que possui passagens policiais por dirigir sem habilitação, lesão corporal culposa Art. 303 CTB, com passagem pelo sistema prisional, estando em liberdade desde o ano de 2001. Este também foi reconhecido por vítimas de Livramento e Rivera- ROU, como autor de roubo a mão armada. 

A motocicleta Winner, placa FYR 672, cor preta, na qual trafegavam foi roubada na cidade de Rivera, quando o proprietário desta parou em um semáforo e foi abordado por estes indivíduos. 

A vítima compareceu a Delegacia de Policia de Pronto Atendimento onde reconheceu os dois como os autores do referido roubo, assim como reconheceu a arma que portavam nesta ocasião como sendo a mesma utilizada quando foi assaltado. 

Com Fernando foi apreendido um revolver calibre 32, oxidado, marca Smith Wesson, não cadastrado no sistema, com capacidade para 06 (seis) munições o qual estava municiado com 04 (quatro) cartuchos, dos quais 02 (dois) estavam deflagrados, 01 (um) percutido e não deflagrado (nega) e 01 (um) intacto. Ambos foram encaminhados ao PAM e a DPPA onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante nº 631/13, por tentativa de homicídio. 


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

POLÍCIA CIVIL DO RS PRENDE FORNECEDOR DO CRIME



ZERO HORA 21 de janeiro de 2013 | N° 17319

FORNECEDOR DO CRIME
Preso suspeito de trazer armas ao RS. Homem detido em Cristal teria vendido fuzis a bando que agiu em Cotiporã


Um homem suspeito de ser um dos principais traficantes de armas do Rio Grande do Sul foi preso na noite de sábado em Cristal, na Região Sul.

Conforme a polícia, sob encomenda, Nilton José Cassol, 54 anos, trazia armas do Uruguai. Ele é apontado como o fornecedor dos fuzis usados por Elisandro Falcão no ataque a uma fábrica de joias em Cotiporã, em dezembro, e por quadrilhas de assalto a banco. Ele foi capturado enquanto almoçava em um restaurante às margens da BR-116 e retornava do Uruguai em direção à Capital. No fundo falso do porta-malas do Versa que dirigia, estavam um fuzil calibre .556 (versão chinesa para o AK-47) e dois carregadores. Mais tarde, na casa dele em Pelotas, foram apreendidas três pistolas, duas armas de pressão e munição (150 unidades de .556, 50 de .765, 52 de 9 milímetros e 63 de .30), além de R$ 6,9 mil.

O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), responsável pela captura, acompanhava os passos de Cassol há meses. Na última semana de campana ininterrupta, conforme os investigadores, ele viajou três vezes ao Uruguai. Segundo o delegado Juliano Ferreira, do Deic, o traficante vendia cada fuzil por cerca de R$ 30 mil.

– Podemos dizer que, nos últimos 30 dias, ele não negociou menos do que 30 armas semelhantes a essa somente na Região Metropolitana – diz Ferreira.

As armas eram adquiridas no mercado clandestino do país vizinho e tinham a numeração raspada. Cassol também seria fornecedor de acessórios como quebra-chamas (usado para amortecer o estampido do tiro), lunetas de precisão e rádios de comunicação.

– Tanto o assaltante Falcão (morto em confronto com a Brigada Militar em Cotiporã), quanto Fábio Rode, assaltante de bancos, tinham armas semelhantes à apreendida – completa o delegado.

Além do fuzil .556, utilizado por Falcão em Cotiporã, Cassol também teria fornecido modelos AR-15 para o bando de Fábio Rode, preso em 22 de dezembro. Ele será indiciado por tráfico internacional de armas e foi encaminhado ao Presídio Central. À polícia, ele disse que transportava a arma a pedido de outra pessoa.

BRUNO FELIN | ESPECIAL

INTELIGÊNCIA BM POSSIBILITA PRISÃO DE LADRÕES DE CARRO

ZERO HORA 20/01/2013 | 14h28

Quadrilha envolvida em furtos e roubos é desarticulada em São Francisco de Paula. Grupo estava sendo monitorado pelo serviço de inteligência da Brigada Militar

PIONEIRO

Quatro homens e três adolescentes foram detidos pela Brigada Militar (BM) com armas, munição e um carro roubado na Serra gaúcha. O flagrante aconteceu na noite de sábado em uma moradia no acesso ao Lago São Bernardo, em São Francisco de Paula. O grupo é suspeito de cometer uma série de roubos e furtos na região.

De acordo como o sargento da BM Edson Arantes Azambuja Mello, a quadrilha começou a ser desarticulada depois que um roubo de veículo foi registrado em Igrejinha, na madrugada de sábado.

Quatro homens armados e usando lenços no rosto abordaram o motorista de um Peugeot 207 na RS-115. A vítima foi agredida e os ladrões fugiram com o carro. Informações apontaram que a quadrilha havia seguido para São Francisco de Paula.

Policiais do Pelotão de Operações Especiais (POE) fizeram buscas e encontraram os homens e três menores dentro de uma casa usada para o tráfico de drogas. Na moradia, os PMs apreenderam duas espingardas calibre 12, um revólver calibre 22, uma pistola, duas toucas ninja, três fardas camufladas do Exército e munição, além de uma pequena quantidade de cocaína e crack.

Os suspeitos admitiram o roubo do Peugeot e indicaram onde haviam escondido o carro: uma estrada próximo ao Parque da Cachoeira, entre Canela e São Francisco de Paula. Conforme Azambuja, os menores e os adultos são suspeitos de cometer uma série de furtos de veículos na cidade.

Uma das espingardas apreendidas, por exemplo, havia sido furtada na madrugada de sábado em uma propriedade rural na localidade da Várzea do Cedro, no interior de São Francisco. A polícia suspeita que duas motos e um Fusca furtados recentemente em São Francisco e ainda não recuperados teriam sido levados pelo bando.

sábado, 19 de janeiro de 2013

PRESOS CINCO SUSPEITOS DE ASSALTO A JOALHERIA DE SHOPPING

ZERO HORA 19 de janeiro de 2013 | N° 17317

Polícia prende cinco suspeitos. Três mulheres, uma adolescente e um homem teriam confessado participação em sequestro e roubo em shopping da Capital

PEDRO MOREIRA

Três mulheres, uma adolescente e um homem suspeitos de envolvimento no sequestro de um casal e no assalto a uma joalheria no Praia de Belas Shopping, em Porto Alegre, na manhã de quinta-feira, foram detidos pela Polícia Civil na tarde de ontem. Os cinco foram presos no bairro São José, em Esteio, na Região Metropolitana. Outros cinco suspeitos de integrar a quadrilha ainda são procurados pela polícia.

Segundo o delegado Juliano Ferreira, da Delegacia de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), os cinco confessaram informalmente participação no crime e foram encaminhados ao Deic, onde prestariam depoimento durante a noite.

Dois deles são primos e foram identificados como Suzielen Santos de Ávila, 20 anos, e Jonas Antonio Avila da Luz, 21 anos. Também teriam participado de toda ação uma adolescente de 16 anos e duas mulheres identificadas como Aline Vargas Kasper, 21 anos, e Ilana Lima da Silva, 24 anos. Segundo o delegado Juliano Ferreira, eles serão autuados por roubo e sequestro.

– Eles vão ser autuados em flagrante por roubo e sequestro. É uma gurizada inexperiente que praticou um crime de gente grande. Eles deixaram muitos vestígios, não cobriram rosto, pegaram dois táxis – afirmou o delegado.

Parte da quadrilha foi encontrada após uma denúncia. Policiais de Esteio foram ao local indicado e encontraram um casal com características físicas semelhantes às relatadas por testemunhas da ação criminosa. Levada à delegacia, a dupla teria admitido participação no crime. Os policiais, então, foram com o casal até o local onde ficaria o cativeiro em que a subgerente da joalheria Coliseu e o companheiro haviam sido mantidos reféns. Lá, outras três mulheres foram presas. As joias roubadas não foram encontradas, mas um relógio da refém estava no cativeiro.

Carro das vítimas foi achado ontem perto do aeroporto

O casal Jaqueline Capitó Gonçalves, 24 anos, e Lucas Schntz, 26 anos, que havia viajado para uma localidade afastada de Porto Alegre, retornou ontem para fazer o reconhecimento dos criminosos. Um relógio de Jaqueline foi encontrado no cativeiro. Conforme um familiar das vítimas, que pediu para não ser identificado, os dois estão impactados pelo crime.

– Ela (Jaqueline) está muito abalada. Eles não querem falar por enquanto – disse o familiar.

Por volta das 20h de ontem, o Fiesta das vítimas – veículo que foi usado pela quadrilha na ação – foi localizado estacionado em via pública nas proximidades do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na Capital. A polícia já identificou os outros suspeitos e continuava com as buscas na noite de ontem.


Como os bandidos agiram - A ação no Praia de Belas alterou a rotina na área central de Porto Alegre na manhã de quinta-feira:

- A subgerente da Coliseu do Praia de Belas Shopping, Jaqueline Capitó Gonçalves, e o companheiro, Lucas Schntz, foram feitos reféns por três homens e três mulheres que invadiram a casa em que estavam, em Viamão, por volta das 22h de quarta-feira.

- Na madrugada, os dois foram amarrados e encapuzados e cada um foi levado a um cativeiro diferente.

- Na quinta-feira, assim que o shopping abriu, às 10h, a subgerente chegou à loja, refém de um assaltante – eles estavam no Fiesta dela, abandonado no meio do caminho e substituído por um táxi. Os funcionários foram colocados numa sala-cofre e avisados: uma bomba fora armada no balcão da loja e, em 20 minutos, ela seria desativada. Só então, deveriam pedir socorro. Eles saíram do local com a gerente.

- Pouco menos de uma hora depois, os reféns conseguem sair da sala-cofre e chamam a Brigada Militar. A área é isolada e o Gate é acionado.

- Os reféns são libertados próximo ao centro de Canoas, por volta do meio-dia. No início da tarde, o Gate desativa o artefato, que na verdade era uma barra de sabão presa a um celular, com fios e fita adesiva, e o shopping é reaberto.

- Na tarde de ontem, três mulheres, uma adolescente e um homem suspeitos de envolvimento no sequestro e no assalto foram detidos. Os cinco foram detidos no bairro São José em Esteio, na Região Metropolitana. Outros cinco integrante da quadrilha ainda são procurados.

domingo, 6 de janeiro de 2013

A BELA FACE DA LEI










ZERO HORA, DONA, 06 de janeiro de 2013 | N° 17304


Presença cada vez maior de mulheres está mudando o perfil das delegacias de polícia

FRANCISCO AMORIM E ADRIANA FRANCIOSI

Esqueça a imagem da policial durona Kate Mahoney, com o revólver cano longo preso à cintura eternizada por Jamie Rose na série Lady Blue (Dama de Ferro, no Brasil). As mulheres que fazem cumprir a lei no Estado portam pistolas Taurus PT 40, com 15 balas no pente, em bolsas Louis Vuitton e Victor Hugo. E só descem do salto quando estão em alguma missão especial fora das delegacias.

Com o ingresso de 66 novas delegadas em 2010, a maioria com menos de 30 anos, o perfil da corporação mudou rapidamente. Ambientes antes masculinizados, as DPs ganharam vasos de flores e pinturas a óleo, em uma transformação visual iniciada pelas veteranas. Sobre as mesas, além do distintivo e do par de algemas, podem ser vistas canecas decoradas e frascos de hidratante – nove em 10 delegadas consultadas confiam a pele ao creme de morangos da Victoria’s Secret.

– O ambiente de trabalho tem de ser acolhedor, tanto para quem trabalha quanto para as vítimas de crimes que buscam ajuda – justifica a delegada Andréa Nicotti, 27 anos.

Nem os armários, até então reservados para armas e munição, escaparam à reforma imposta pelas delegadas. Muitos deles são usados como guarda-roupas improvisados.

– Em geral trabalho de tailleur, mas tenho uma mala na DP com roupas operacionais, coldres, colete, tênis, caso precise sair para diligência ou operação – comenta Andréa.

Natural de Porto Alegre, Andréa integra a nova turma de delegadas disposta a dedicar a vida a prender criminosos sem abrir mão dos projetos particulares. Professora de Direito na Faccat, a jovem plantonista na DP de Taquara concilia o trabalho policial com a vida acadêmica. Para isso, bastou se organizar:

– Essa interlocução entre a rua e a universidade é muito importante.




Novo perfume no ar

Do floral amadeirado de Amarige, de Givenchy, às notas de gengibre, almíscar, sândalo e baunilha do clássico Bvlgari, uma efusão de perfumes também tem marcado as megaoperações da Polícia Civil. As centenas de policiais que saem às ruas antes do nascer do sol para combater o crime suavizam a robustez do desenxabido traje tático preto e branco usado nestes dias com brincos e pingentes discretos. E, claro, olhos e lábios devidamente delineados.

– Nas operações, elas assumem os mesmos riscos de qualquer outro policial – afirma o Chefe de Polícia, Ranolfo Vieira Júnior.

Sem deixar a vaidade de lado, as mulheres galgam espaços dentro da corporação. Cinco delas estão à frente de delegacias regionais, onde supervisionam o trabalho de outros delegados. Uma sexta ocupa o cargo interinamente.

– O que posso dizer é que são tão eficientes quanto os homens – avalia o diretor do Departamento de Polícia do Interior, delegado Mario Wagner.

De prenda a delegada

Ela dança flamenco, pratica mergulho em águas profundas, faz doutorado na Espanha e já publicou dois livros, mas atualmente é na hípica Gramadense, na Serra, que Elisangela Reghelin tem gasto quase todo o tempo livre.

Aos 37 anos, a delegada regional de Gramado, responsável pelo trabalho policial em 11 cidades, está apaixonada pela equitação, seu mais novo hobby.

– Sempre tive vontade de aprender, então comecei as aulas logo após assumir a Delegacia Regional de Gramado, em março – revela.

Elis é multitarefa desde adolescente. Em 1995, quando já estudava Direito na Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), a futura delegada conquistou o título de 1ª Prenda do Rio Grande do Sul, mostrando ser, além de bela, uma profunda conhecedora das tradições gaúchas.

– Para uma jovem de 19 anos isso é muito significativo, pois adquiri muito conhecimento, cultura e conheci muitos lugares e pessoas que influenciaram no modo como sou hoje. Ter representado a mulher gaúcha por um ano (afora os dois anos anteriores, de preparação e de concursos) me deu muita garra e energia para aprender a lidar com as adversidades e para buscar a realização de meus projetos.

Na mesma época, a agitada universitária integrava um trio musical de tango (piano, violino e voz) e se apresentava em festas de casamento. As aulas de mergulho começaram após a formatura.

– Já mergulhei em San Andres (Colômbia), Curaçao (Antilhas Holandesas), Fernando de Noronha, Abrolhos, Parati, dentre outros. Eu “respiro melhor debaixo d´água” – brinca.

Um ano depois de se formar, Elis já havia passado no concurso para delegado. Em 13 anos de Polícia Civil, a delegada atuou em departamentos especializados no combate ao crime organizado e às drogas e foi diretora de ensino da Academia de Polícia e da Secretaria Estadual da Segurança Pública.

Irrequieta, ainda encontra tempo para uma boa produção:

– No dia de operação policial, quando levanto às 3h da madrugada, não dá tempo para cuidar de todos os “rituais” femininos. Mesmo assim, rímel e gloss são fundamentais!

Elis é também uma mulher prevenida. Como nunca sabe ao certo como será o dia, ela transformou sua Tucson em um closet móvel, onde a sapatilha está guardada ao lado do coturno.

– Há sempre a possibilidade de uma reunião de última hora na Capital ou uma operação para prisão de criminosos – comenta.

E como ela acredita que os homens encaram mulheres que, além de decididas e independentes, são policiais armadas?

– Acho que os homens que são mais seguros de si não têm medo de se aproximar de mulheres policiais. Porém, os mais machistas, certamente já se afastam, logo, logo – brinca.

Elas são as meninas superpoderosas do Palácio da Polícia

À frente de uma das mais movimentadas DPs de Porto Alegre, Nadine Anflor, 36 anos, e Flávia Faccini, 34, têm a missão de proteger outras mulheres.

Com apoio de mais uma colega, as delegadas recebem diariamente 40 novas denúncias de maus-tratos. A maioria dos casos atendidos é de violência doméstica. Uma rotina de depoimentos, interrogatórios e prisões de agressores.

– Atuamos não apenas como policiais. Elas chegam aqui fragilizadas, pois são vítimas de crimes sexuais ou de agressões praticadas por pessoas em quem confiavam. Elas precisam ser ouvidas. Querem conselhos. É um trabalho muito importante, mas pesado – explica a Nadine.

Além do trabalho na Capital, Nadine também supervisiona o atendimento em outras DPs especializadas no atendimento à mulher, ministra palestras em ONGs por todo o Estado e participa de grupos que discutem as políticas públicas de combate à violência doméstica. Apesar da agenda cheia, a delegada reserva parte de sua semana para cuidados pessoais.

– Não abro mão da unha pintada, geralmente de vermelho. Uma vez por semana preciso ir ao salão da amiga Zu para cuidar dos pés e das mãos. E a massagem com a Mayume é fundamental. Renova minhas energias – conta a policial, que é natural de Getúlio Vargas.

Mas ser bonita atrapalha o trabalho policial? Para Nadine, a resposta é não.

– Ajuda com certeza, embora o fundamental seja o tratamento respeitoso às partes, seja a vítima ou o preso.

Flávia é uma das primeiras policiais a chegar à DP pela manhã. Ela não sai de casa sem rímel, protetor solar ou uma base e um batom. Um mix de flores, de Tommy Girl, marca sua entrada na delegacia em dias de calor. No inverno, a preferência é pelo OUI da Lancôme.

– Não saio nem para uma operação sem maquiagem, saio sem café para poder dormir mais, mas sem maquiagem, não – revela.

A porto-alegrense formada pela Pontifícia Universidade Católica (PUCRS) também é uma das últimas a deixar o posto. Sem tempo para o salão, Flávia adotou a estratégia do “faça você mesma”:

– Eu faço as minhas unhas da mão, por exemplo. Salão, eu vou uma vez por mês, por obrigação.

A grunge que virou delegada

A camisa xadrez e a calça jeans surrada foram substituídas pelo tailleur da Zara, mas a trilha sonora preferida de Flávia continua a incluir bandas de rock. As músicas que acompanhavam a estudante nos anos 90 agora estão gravadas no seu iPad.

Os solos de guitarra de Kirk Hammet, do Metallica, agora embalam mais do que conversas com amigos na zona sul da Capital, onde a delegada cresceu, mas viagens a trabalho pelo Interior e campanas policiais em busca de criminosos. Fã de Ramones, Flávia lamenta não ter conseguido ir no show da banda em Porto Alegre, em 1994.

Se o estilo musical de Flávia parece incomum para uma delegada, sua rotina de atividades físicas se assemelha a de outras policiais. Apesar de não ser um entusiasta de esporte, ela é frequentadora assídua de academias. E, atualmente, são as fitas do TRX que mantêm sua forma.

– Quando a gente para de ir na academia perde um pouco do pique – afirma.

Em casa, a policial que tem queda por doces, tem se dedicado a um novo passatempo: fazer bolos.

– O muffin é meu preferido. Eu tenho feito uma receita que inventei, com requeijão e goiaba.

Quando acerta a receita – quase sempre, ela jura –, o que sai do forno é levado no dia seguinte para a DP. Para a sorte dos colegas.


Prioridade é cuidar do Cadu

Há dois anos e meio Nadine se tornou mãe do Carlos Eduardo, o Cadu.

Os jantares com amigos rarearam, e o contrato na academia não foi mais renovado. As duas medidas garantiram à delegada um tempo extra para curtir seu filho. E, o melhor, sem que precisasse abdicar do trabalho à frente da Delegacia de Atendimento à Mulher.

– Meus pais são professores de Educação Física e pegam no meu pé por eu estar parada, mas aproveito todo o tempo para ficar com o Cadu. Fazer o quê, né?! – conta Nadine.

Para dar conta dos compromissos, Nadine madruga todos os dias. Só assim consegue conversar, sem atropelos, com o marido, o analista judiciário Elmo José Anflor Júnior, 37 anos.

– Tomo chimarrão com ele bem cedo, lendo as notícias do dia. Não abro mão também de almoçar, no mínimo uma vez por semana, com ele.

Nadine diz ter encontrado em Elmo seu grande cúmplice. Além de apoiá-la desde o início de sua carreira policial, ele divide com ela os cuidados com Cadu:

– Saio para trabalhar, e o Cadu ainda está dormindo. Fica com o marido a obrigação de levá-lo para a escolinha.

“Parecia guria demais”

Ser uma jovem delegada no Interior exige uma boa dose de paciência e bom humor. Duas semanas após assumir a DP de Nova Prata, na Serra, em 2010, a recém-chegada Simone Chaves, 28 anos, teve de explicar a PMs por que havia entrado armada em um ônibus na rodoviária da cidade.

Fronteiriça de pele morena, a delegada parecia “guria demais” para ser a nova autoridade policial do município de 22,3 mil habitantes. Mesmo apresentando sua carteira funcional, os brigadianos custaram a acreditar que a passageira suspeita era uma policial civil.

– Estava sem carro naquela semana, então peguei um ônibus para voltar para Porto Alegre. Quando subi no veículo, alguém viu minha pistola na cintura, sob o casaco. Aí começou a confusão – conta.

Como o ônibus não partia, Simone começou a desconfiar de que algo estava errado. Passados alguns minutos, uma guarnição da Brigada Militar chegou ao local, e os PMs anunciaram uma revista nos passageiros.

– Neste momento, achei melhor me identificar. Foi engraçado, pois eles permaneciam desconfiados mesmo com minha carteira funcional na mão. Chegaram a ligar para a DP para confirmar se eu era mesmo a nova delegada – lembra sorrindo.

Depois de passar pela cidade serrana, onde investigava pequenos crimes, Simone encarou a rotina de plantonista em uma das cidades mais violentas do Estado. O trabalho em Alvorada moldou a policial, que hoje se debruça sobre crimes cometidos contra outras mulheres em Gravataí.

– O plantão acaba sendo uma espécie de treinamento intensivo, onde se ganha experiência rapidamente – comenta ela.

Fora da delegacia, além das visitas regulares ao estande de tiros, Simone dedica seis noites por semana a treinos pesados na academia, quase sempre acompanhada do noivo, Eibert Moreira, 28 anos, que conheceu no curso de formação da Polícia Civil. Nos finais de semana, o gosto pelo esporte faz do Gasômetro o destino oficial do casal de delegados:

– Como ele anda de skate, eu comprei um roller para acompanhar. Estou adorando, mas meu pai ficou surpreso.

– Ele me disse que já sou grandinha demais




A presença feminina


- A Polícia Civil conta com 141 delegadas, 27,6% do total

- Duas delas chegaram à quarta classe, a mais alta

- Entre os 5,8 mil policiais gaúchos há 1,8 mil mulheres







sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

PROFISSIONALISMO, HEROÍSMO OU SORTE



JORNAL DO COMERCIO, 04/01/2013


Jorge Luiz Prestes Braga


Por ocasião do assalto à fábrica de joias em Cotiporã assistimos, nós, a população, o povo, os reles mortais, a uma atuação digna de registro e de excelência profissional invejáveis da Brigada Militar como um todo, oficiais e praças, sem mágoas, recalques, desavenças ou ressentimentos “interna corporis”. A população dos pequenos municípios do Interior do Estado já não pode mais se reservar ao direito de ir e vir como bem entende, pois a violência já não é mais privilégio dos grandes centros e avança a cada dia, ceifando vidas e acabando com a qualidade de vida nesses outrora oásis do bem viver. Impossível analisar da atuação Policial Militar de forma mais concreta estando afastado do local e hora do acontecido, mas pelo que se noticiou, o enfrentamento foi rápido, violento e deixou resultados amplamente positivos para a força pública. Os policiais militares que atuaram no ocorrido deram mostras de inequívoco preparo técnico, coragem e desprendimento.

A repercussão na mídia, no caso amplamente positiva, se mostra oportuna para indagar: e se tivesse morrido um refém? A repercussão teria sido a mesma? A atuação positiva teve por base trabalho preventivo de inteligência policial aliado à decisão oportuna de manobra de tropa e meios materiais adequados para as cercanias do local de provável atuação da quadrilha. É de salientar que as ações de enfrentamento denotaram o preparo profissional e a coragem dos policiais que as protagonizaram, tudo resultado da experiência anterior aliada ao necessário e fundamental treinamento a que são submetidos os policiais militares em seus mais diversos cursos de formação, aperfeiçoamento e preparação. Qualificar de heróis ou simplesmente relegar a uma boa dose de sorte o desfecho satisfatório resultante da atuação policial é uma posição minimalista, a qual não me alio e nem se sustenta frente à realidade dos fatos. O entendimento mais correto, a meu ver, vai na linha de que o resultado foi fruto do empenho diário da Brigada Militar, através de seus oficiais e praças, em suas ações de treinamento, planejamento, fiscalização e execução do policiamento ostensivo em suas mais variadas modalidades e processos.

Coronel RR, ex-presidente da AsOfBM

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

COMBATE ÀS DROGAS

ZERO HORA ONLINE, 03/01/2013 | 01h28

POLÍCIA CIVIL

Tráfico no Sul

Operação da Polícia Civil apreende quase 30 quilos de drogas em Rio Grande. De acordo com o inspetor Santiago Salvá, foi uma das maiores apreensões do sul do Estado.



Quase 30 quilos de drogas, balanças, armas e celulares foram apreendidos pela Polícia Civil em Rio Grande
Foto: Polícia Civil / Divulgação

Uma operação da Polícia Civil apreendeu quase 30 quilos de drogas em Rio Grande, no sul do Estado, no início da madrugada desta quinta-feira. De acordo com o inspetor Santiago Salvá, foi uma das maiores apreensões naquela região.

A droga — mais de 22 quilos de crack, três quilos cocaina, um quilo de haxixe e 700 gramas de pasta base de cocaína — foi apreendida em uma casa de depósito. Um homem foi preso no local. Balanças e revólveres também foram levados pela polícia.

O ponto era investigado há três meses. Segundo Salvá, a droga era distribuída nas cidades de Rio Grande, São José do Norte e Santa Vitória do Palmar.


BRIGADA MILITAR

ZERO HORA 03 de janeiro de 2013 | N° 17301

TRÁFICO NO LITORAL. Doze são detidos após perseguição

Uma perseguição a um Astra, que furou uma barreira da Brigada Militar, em Arroio do Sal, no Litoral Norte, terminou com a detenção de 12 pessoas, ontem. O Comando Rodoviário da BM fazia uma operação quando o veículo, com placas de Caxias do Sul, fugiu da abordagem e capotou. Os ocupantes escaparam, mas deixaram um celular. Pelo aparelho, os PMs chegaram a uma casa, na Avenida Atlântida. No local, foram encontrados um revólver calibre 38, 400 gramas de maconha e 39 petecas de crack.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

COTIPORÃ: OPERAÇÃO SURPRESA

ZERO HORA 02 de janeiro de 2013 | N° 17300

TERROR NA SERRA - O CERCO

HUMBERTO TREZZI E JOSÉ LUÍS COSTA



A operação que resultou na desarticulação de uma quadrilha, na morte de três criminosos e na liberação de nove reféns, em Cotiporã, na Serra, contou com a integração da Polícia Federal e da Brigada Militar. Zero Hora revela, a partir de agora, os bastidores da ação que durou 31 horas e envolveu a cúpula da Segurança Pública.

Bandidos costumam atacar de tocaia, deixando vítimas sem reação. Mas em Cotiporã, domingo, o fator surpresa jogou contra eles.

Ciente de que criminosos preferem agir em períodos de feriadão e baseada em um alerta da Polícia Federal (PF), a Brigada M ilitar prepara uma silenciosa operação com cerca de 100 homens para prender a mais violenta quadrilha gaúcha que assalta com uso de explosivos.

A ofensiva começa a ser desenhada às 19h de sexta-feira, 31 horas antes do ataque à fábrica de joias Guindani, em Cotiporã, na Serra. A favor da BM, além do informe da PF (que incluía diálogos gravados dos bandidos), o fato de conhecer a quadrilha e monitorar alvos na região, castigada pelos bandos que dinamitam bancos e caixas eletrônicos.

Há cinco meses, semanalmente, um grupo de PMs do Batalhão de Operações Especiais (BOE) de Porto Alegre, a tropa de elite da BM, sobe a Serra para se reunir com colegas da região, levantando informações na tentativa de identificar e capturar assaltantes.

Em 9 de agosto, em Caxias do Sul, PMs depararam com a mesma quadrilha que atacou Cotiporã. No confronto, morre Juliano Justino da Rosa, o Julianinho, 32 anos. Naquele dia, porém, escapa do cerco o parceiro de Julianinho, Elisandro Rodrigo Falcão, 31 anos, que seria morto na madrugada de domingo.

Desde a morte de Julianinho, Falcão e seus comparsas teriam atacado cinco vezes – quatro bancos e uma praça de pedágio, entre agosto e outubro.

Diferentemente de operações anteriores, a de Cotiporã tem um componente decisivo: a colaboração da PF, que investiga a quadrilha.

– A gente já tinha suspeitas, e o informe da PF reforçou nossa convicção. A dúvida era saber qual cidade da Serra – afirma o coronel Altair de Freitas Cunha, subcomandante-geral da BM.

A brigada está preparada para atuar em três frentes: no Litoral (os caixas eletrônicos estão com mais dinheiro), em praças de pedágios (em razão da intensa movimentação) e na Serra (recordista em ataques a bancos).

Com o informe da PF, um alerta vermelho é lançado para todos os quartéis da Serra e dos arredores – inclusive para o serviço de Inteligência da Polícia Civil. A escala de serviço é reforçada.

Às 17h de sábado, na base de operações da Operação Golfinho, em Tramandaí, o coronel Altair e o comandante da BM, coronel Sérgio Abreu, chamam oficiais do Comando Rodoviário e da Agência Central de Inteligência e do BOE. Fica acertado a ida para a Serra do maior número possível de PMs. São destacados os policiais mais bem preparados, ampliada a carga horária e canceladas as folgas.

O secretário da Segurança Pública, Airton Michels, é avisado. Ele passaria a noite em claro, recebendo informações do avanço da operação.

Cerca de 60 homens do BOE da Capital chegam às 22h de sábado em Caxias. Seguem o mesmo rumo 13 PMs do Grupo de Ações Táticas Especiais, o Gate. PMs dos pelotões especiais da região são convocados, às pressas. Soldados do BOE lotados em Passo Fundo, no Planalto, patrulham o norte da Serra. Armas de guerra, como fuzis e submetralhadoras, são preparadas para o uso. O cerco está montado.

Alguns PMs, em trajes discretos e viaturas sem logotipo, partem para cidades da região.

– Onde eles fossem, seriam pegos – lembra o major Daniel Coelho, chefe da Agência Central de Inteligência da BM.

Em Cotiporã, onde normalmente um PM vigia a cidade à noite, naquele sábado, são três em serviço – os únicos sem fuzis.

– A missão era observar. Não podiam entrar em confronto com os criminosos. Após a explosão, deram o alerta e, logo em seguida, uma viatura do serviço de inteligência cruzou com os bandidos, iniciando o primeiro confronto – conta Altair.

O alerta - Às 19h de sexta-feira, a Polícia Federal informa a Brigada Militar de que pode ocorrer um ataque com explosivos durante o feriadão na Serra

O número - A BM sabe que ação será comandada por Rodrigo Falcão, foragido número 1 do Estado e líder de um bando que usa amas de guerra com fuzil e submetralhadoras

O comando - Às 17h de sábado, na base da Operação Golfinho, em Tramandaí, o comando da BM ordena o cerco à região serrana.

O cerco - Às 22h de sábado chegam mais de 100 PMs em Caxias do Sul e cidades vizinhas.

Quatro PMs deparam com nove criminosos

São 3h15min quando quatro soldados da BM topam com uma Fiat Strada em alta velocidade, com pelo menos sete pessoas seminuas na caçamba. Elem não têm dúvidas: é um dos veículos usados pela quadrilha que acabara de explodir uma fábrica de joias no centro de Cotiporã. E os desafortunados na caminhonete são reféns dos bandidos. Como o encontro acontece?

Não foi sorte, nem azar. Apenas planejamento. Os soldados, dois deles lotados no serviço reservado da BM (P2), em Bento Gonçalves, e dois de uma unidade especializada, sabem que a quadrilha faria o assalto, mas, como os demais colegas, desconhecem o alvo. O mistério é desfeito com uma ligação, logo após as 2h. Do outro lado da linha, o interlocutor relata as explosões em Cotiporã.

“Parecia que eles eram policiais e nós, os bandidos”

O epílogo do tiroteio é descrito a Zero Hora por um dos participantes do confronto, um P2 (agente do serviço reservado) que pede para não ser identificado. Ele já tinha participado do cerco e morte de Julianinho, chefe da quadrilha atingida domingo. Foi com tiros de fuzil que ele parou o primeiro carro dos bandidos e os viu ferirem dois de seus colegas. Confira:

Zero Hora – Com os seus companheiros feridos, como vocês reagiram?

PM – Tinha feridos dos dois lados, os veículos bloqueavam a estrada, aí negociamos uma trégua. Era uma situação surrealista, invertida: estávamos em menor número. Eles eram uns nove em dois carros, nós em quatro. Mandaram a gente se entregar, mas reagimos. Parecia que eles eram policiais e nós os criminosos.

ZH – Vocês reagiram, mesmo eles estando com reféns?

PM – É que eles atiraram primeiro, acertando nossos colegas. Dava para ver quem era bandido porque vestiam uniforme e capuz. Aí matamos um deles, o do Audi. Ficou um impasse. Negociamos, eles liberaram cinco reféns, mas aí eles tentaram abrir caminho à força, arrancando a caminhonete. Aí atiramos de novo e matamos mais dois deles. Foi terrível, era tiro para tudo que é lado. Quase morremos. Ainda bem que estamos aqui para contar a história.



Cerco a bandidos deve ser mantido até segunda-feira

O cerco aos bandidos que atacaram uma fábrica de joias em Cotiporã, na madrugada de domingo, deve ser mantido pela Brigada Militar até a próxima segunda-feira. As buscas seguem nos arredores do Rio das Antas e no Morro do Céu, no interior do município da Serra. Ontem, no terceiro dia de caçada aos criminosos, o efetivo de policiais foi reduzido, mas a força-tarefa conta ainda com, ao menos, 50 homens. As barreiras, que contavam com quase 10 policiais, agora estão menores, com dois ou três PMs. As buscas ocorreram até as 20h, por questão de segurança, segundo explicou o capitão Darci Bugs Junior, do Batalhão de Operações Especiais:

– Seguimos com duas barreiras nas entradas da cidade e algumas guarnições pelo mato até escurecer. Depois, torna-se muito perigoso.

No anoitecer de segunda-feira, policiais encontraram toucas ninja, celulares e outros objetos na trilha aberta no meio da mata pelos quadrilheiros. Os objetos recolhidos – um boné, dois celulares, duas toucas ninja, um sapato, uma cartela de comprimidos, dois casacos e a chave de um carro – serão periciados, em busca de informações sobre os bandidos. A BM não sabe ao certo o número de fugitivos – seriam de três a cinco.

Instalado em um QG em Cotiporã, o comando da BM lançou mão da tecnologia na busca ao bando. Com o uso de imagens de satélite, os policiais tentam identificar rotas de fuga dos assaltantes. As equipes acessam o Google Earth para analisar fotos de morros, curvas de rios e matas. Até as residências aparecem nas imagens.










terça-feira, 1 de janeiro de 2013

ARMAS DE USO RESTRITO PARA POLICIAIS


Comando do Exército disciplina a aquisição de armas de uso restrito por policiais

Do portal da Secretaria-Geral do Exército



COMANDANTE DO EXÉRCITO

PORTARIA Nº 1.042 DE 10 DE DEZEMBRO DE 2012.

Autoriza a aquisição de armas de uso restrito, na
indústria nacional, para uso próprio e dá outras
providências.


O COMANDANTE DO EXÉRCITO, no uso da atribuição que lhe confere o art. 4º, da Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, alterada pela Lei Complementar nº 136, de 25 de agosto de 2010; e o inciso VI do art. 3º combinado com o inciso I do art. 20, da Estrutura Regimental do Comando do Exército, aprovado pelo Decreto n° 5.751, de 12 de abril de 2006, o art. 18 do Decreto nº 5.123, de 1º de julho de 2004; e de acordo com o que propõe o Comando Logístico, ouvido o Estado-Maior do Exército, resolve:

Art. 1º Autorizar a aquisição, na indústria nacional, de até 2 (duas) armas de uso restrito, para uso próprio, dentre os calibres .357 Magnum, .40 S&W ou .45 ACP, em qualquer modelo, por policial rodoviário federal, policial ferroviário federal, policial civil, policial e bombeiro militares dos estados e do Distrito Federal.

Art. 2º Determinar ao Comando Logístico que baixe as normas reguladoras da aquisição, registro, cadastro e transferência de propriedade das armas de uso restrito adquiridas pelos integrantes de órgãos policiais, indicados no artigo anterior, estabelecendo:

I – mecanismos que favoreçam o controle das armas;

II – destino das armas, após a morte do adquirente ou qualquer impedimento que contra indique a propriedade e posse de armas de fogo; e

III – destino das armas nos casos de demissão e licenciamento, voluntário ou de ofício, dos policiais e bombeiros.

Art. 3º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Revogar a Portaria do Comandante do Exército nº 812, de 7 de novembro de 2005.

Portaria publicada no Boletim do Exército nº 52/2012.



NOTA: matéria indicada por  Alberto Afonso Landa Camargo

FONTE: http://blogdodelegado.wordpress.com/2012/12/30/comando-do-exercito-disciplina-aquisicao-de-armas-de-uso-restrito-por-policiais/