Neste Blog rendemos a nossa homenagem aos Gestores e Agentes Policiais que, apesar das dificuldades internas, das leis brandas, do enfraquecimento da autoridade, dos salários baixos, do fracionamento do ciclo policial e das mazelas do Judiciário que discriminam e alijam as forças policiais do Sistema de Justiça Criminal impedindo a continuidade e a eficácia dos esforços contra o crime, dedicam suas vidas na proteção do cidadão, na preservação da ordem pública e na defesa do povo, das Instituições e do Estado, em prol da almejada PAZ SOCIAL no Brasil.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

POLÍCIA DESARTICULA QUADRILHA DE ROUBO E DESMANCHE DE CARROS


ZERO HORA 19 de junho de 2014 | N° 17833


OPERAÇÃO. Quadrilha de roubo de carros é desarticulada




Uma quadrilha responsável por roubar ou furtar aproximadamente 50 veículos desde o começo do ano, na Capital e Região Metropolitana, foi desarticulada em operação da Polícia Civil durante a manhã e a tarde de ontem. O grupo desmanchava principalmente caminhonetes de luxo para vender as peças, encomendadas com antecedência em ferros-velhos do Litoral Norte e de cidades da região sul do Estado.

Veículos de alto valor, como L200 e Hilux, estavam na mira dos assaltantes. Segundo o delegado Juliano Ferreira, do Departamento Estadual de Investigação Criminal (Deic), os alvos eram veículos com peças caras porque, no mercado paralelo, custam cerca de 30% do valor das legítimas.

Na ação de ontem, sete pessoas foram presas, incluindo dois donos de ferros-velhos e três ladrões de veículos. Outras sete já haviam sido detidas ao longo da investigação, que incluiu escutas de telefonemas feitos entre integrantes da quadrilha. Por se tratar de mandados de prisão temporária, a polícia não divulgou os nomes dos suspeitos.

– Eles roubavam e furtavam carros, caminhonetes e caminhões na zona norte da Capital e em Gravataí, Canoas e São Leopoldo. Depois, levavam para desmanches. Um deles ficava em Viamão, onde desmanchavam e, a partir daí, revendiam para ferros-velhos de Pelotas, Rio Grande e Litoral – explica o delegado.

Gravações telefônicas ajudaram a identificar como agia a quadrilha. Em uma delas, um homem cita um Ômega, mas alerta sobre a suspeita da polícia: “tô’ te avisando, a Brigada ‘tá’ indo atrás de ti”, afirma um dos interlocutores.

A ação foi batizada de Operação Estância Grande porque o desmanche de veículos em Viamão descoberto pela polícia ficava em uma área rural. As prisões dos seis homens e de uma mulher ocorreram em Porto Alegre, Capão da Canoa, Canoas, Gravataí, Alvorada e Viamão, com participação de cerca de 40 policiais. Todos foram encaminhados ao Presídio Central e ao Madre Pelletier.

terça-feira, 17 de junho de 2014

A DEDICAÇÃO POLICIAL CONTRA O MENTOR DE SECO



O mentor do Seco. Imagens mostram como polícia matou um dos principais assaltantes de carro-forte do Brasil. Agentes da Polícia Civil esperaram a quadrilha de Carlos Ivan Fischer, o Teco, entre Sobradinho e Candelária, e mataram o bando

por Carlos Wagner e José Luís Costa, ZERO HORA 17/06/2014 | 10h17



No final da manhã do dia 6 de junho, no meio de uma densa cerração, surgiu um caminhão truck – que tem dois eixos na traseira – vermelho se deslocando de maneira lenta na ERS-400, no sentido de Sobradinho a Candelária. O veículo parou no início de uma das poucas retas nos 45 quilômetros da estrada sinuosa que liga as duas cidades. A cerca de 600 metros, no sentido oposto, surgiu um carro-forte na chamada Curva das Cobras. Parte do que aconteceu a seguir foi registrado em fotos e vídeos pela Polícia Civil, obtidos por ZH.


Em um dos lados da rodovia há um paredão de granito da Serra onde foi escavada a estrada e, no outro, uma área de mata nativa seguida por uma ribanceira. Escondidos no matagal, distribuídos ao longo dos 600 metros da reta, a cena era observada por 50 agentes da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e da Delegacia Especializada de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) de Santa Cruz do Sul, cidade agroindustrial do Vale do Rio Pardo.

Crédito: Divulgação / Polícia Civil

O truck era dirigido por Carlos Ivan Fischer, 46 anos, o Teco, um dos pioneiros no assalto a carro-forte no Brasil. A alguns metros da traseira do caminhão, um automóvel Cruze branco era conduzido por Márcio Pereira de Souza, o Chapolin, e ocupado por André Rodrigues Pereira, o Boca de Lata, e Fernando Pereira da Silva — os três cúmplices de Teco. Aguardavam por eles os delegado Joel Wagner, da Roubos, Luciano Menezes, da Defrec, e policiais do Grupo Tático Especial (GTE) treinados para confrontos com armas de grosso calibre ligados ao Deic.

Os policiais haviam chegado ao local por volta das 3h. Enquanto alguns vigiavam a estrada, os outros se acomodavam em sacos de dormir. Segundo o delegado Wagner, dois meses antes havia chegado a sua mesa uma informação obtida por meio do cruzamento de relatos de informantes, escutas telefônicas e depoimentos em inquéritos policiais de que Teco estava formando um grupo para atacar um carro-forte no trecho entre Sobradinho e Candelária.

Polícia monitorava atividades de quadrilha – Cesar Lopes / Especial

O ataque

Wagner alertou o colega Menezes sobre o que estava para ocorrer. Durante dois meses, por diversas vezes, os agentes percorreram os 45 quilômetros entre as duas cidades para decidir em que local esperariam pela passagem dos bandidos, todos os quatro considerados muito perigosos. Decidiram que o local ideal seria ao longo da única reta na estrada, que se inicia após a Curva das Cobras.

O passo seguinte foi apostar no dia em que o ataque iria ocorrer. Pelas informações coletadas, os agentes da Roubo acreditavam que a ação seria realizada no dia 5 ou 6, datas em que o carro-forte abastece os bancos da região por ser período de pagamento de salários e de aposentados.

— No começou do mês, nós tínhamos o local e as datas prováveis do ataque, era uma aposta — recorda o delegado.

Logo que avistaram o truck vermelho rodando devagar, os policiais respiraram aliviados: haviam acertado a aposta. Teco, que dirigia o caminhão, esperou o carro-forte se aproximar. Em questão de segundos, acelerou o truck e bateu contra o carro-forte com a intenção de tirar o veículo da estrada. Ele não contava que, dirigindo o blindado, estava uma habilidosa mulher de 31 anos. Com agilidade, conseguiu manobrar e manter o veículo na estrada.

O truck destruiu a frente do carro-forte e acabou batendo no paredão. Imediatamente, Teco saltou da cabine, enquanto os outros três bandidos deixaram o automóvel branco que vinha logo atrás. Os quatro teriam efetuado disparos com suas armas automáticas em direção ao blindado. Os bandidos foram surpreendidos pelos disparos que vinham de dentro do matagal, onde os policiais aguardavam o momento de entrar em ação.

No meio no tiroteio, a motorista do carro-forte conseguiu dar a partida no veículo e saiu do meio do fogo cruzado. Foram cerca de quatro minutos de intenso tiroteio com mais de uma centena disparos. Ao final, Teco, Chapolin e Boca de Lata estavam mortos. O quarto bandido, Silva, ferido em uma das pernas, conseguiu fugir e foi capturado meia hora depois.

A morte de Teco seria o fim de uma era dos assaltos a carros-fortes, aposta o delegado Wagner. Teco foi o mentor intelectual de bandidos como José Carlos dos Santos, 34 anos, o Seco, atualmente cumprindo pena no Presídio de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).

Durante quase uma década, Seco roubou carros-fortes nas estradas gaúchas. Teco e seus seguidores foram derrotadas pelas novas técnicas de investigação _ das quais o compartilhamento de informações e o cruzamento de dados são os dois pilares fundamentais.