Neste Blog rendemos a nossa homenagem aos Gestores e Agentes Policiais que, apesar das dificuldades internas, das leis brandas, do enfraquecimento da autoridade, dos salários baixos, do fracionamento do ciclo policial e das mazelas do Judiciário que discriminam e alijam as forças policiais do Sistema de Justiça Criminal impedindo a continuidade e a eficácia dos esforços contra o crime, dedicam suas vidas na proteção do cidadão, na preservação da ordem pública e na defesa do povo, das Instituições e do Estado, em prol da almejada PAZ SOCIAL no Brasil.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

PARABÉNS À POLÍCIA CIVIL DO RS

BEATRIZ FAGUNDES, REDE PAMPA, O SUL
Porto Alegre, Quarta-feira, 09 de Novembro de 2011.


O crime alimenta as necessidades da sociedade canibal que, sem noção, contribui de maneira direta para a manutenção das quadrilhas violentas que cometem os atos de barbárie, os quais são condenados pela mesma sociedade que exige do Estado uma ação para eliminar seus fornecedores.

Cumprimentos aos delegados envolvidos na operação que resultou na prisão do suposto líder de uma das mais atuantes quadrilhas de roubos de veículos que agia na Capital e Região Metropolitana, coordenada pela titular da Delegacia de Polícia de Repressão ao Roubo de Veículos do Deic, Vivian Calmeieri do Nascimento. Cento e oitenta agentes prenderam 20 pessoas suspeitas, agindo simultaneamente em São Leopoldo, Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul, Lajeado, Esteio e Porto Alegre. Com os suspeitos foram apreendidos 13 automóveis, computadores, notebooks, chaves, documentos, drogas 65 pneus e 200 rodas além de um revólver calibre 38.

A quadrilha agia por encomenda. Pois é justamente por este pequeno detalhe que continuaremos a aplaudir a ação dos policiais, mal pagos e estressados, que, muitas vezes, por absoluto esforço pessoal, quando faltam equipamentos, verbas e incentivos do patrão "Estado", alcançam sucesso, e devemos admitir que o esforço pode ser em vão se levarmos em conta que o principal mais uma vez ficou protegido por uma legislação hipócrita e praticamente sem serventia. Estou me referindo ao cidadão acima de qualquer suspeita que encomenda junto aos receptadores não apenas este ou aquele carro para trocar por drogas no Paraguai, Bolívia ou qualquer outro país limítrofe; é preciso que se admita que os veículos roubados são desmontados para abastecer a indústria das denominadas "robautos", nas quais indivíduos da sociedade sem qualquer escrúpulo compram peças caríssimas a preços "especiais", de barbada, para troca em seus veículos ingênuos e domésticos.

Neste e em outros crimes como tráfico de drogas, no qual se ignora a responsabilidade direta do consumidor/viciado que alimenta o crime e, até em alguns momentos o justifica, vamos em uma espécie de jogo da velha alimentando a ilusão de combate ao crime organizado. Sem desejar ofender ninguém, mas com absoluta certeza, todos conhecem alguém que já admitiu com jactância e pose de sabido que "comprou" determinada peça de reposição de seu veículo, que na revendedora autorizada custaria "os olhos da cara", junto ao um "amigo" que conseguiu a mesma peça a preço de barbada no mercado paralelo. O crime alimenta as necessidades da sociedade canibal que, sem noção, contribui de maneira direta para a manutenção das quadrilhas violentas que cometem os atos de barbárie, os quais são condenados pela mesma sociedade que exige do Estado uma ação para eliminar seus fornecedores.

Salvo melhor juízo, enquanto o segundo elemento dos atos criminosos - o consumidor - seja de drogas proibidas, de armas ou de peças de carros roubados - não for igualmente combatido, identificado e penalizado, estamos "secando gelo sociológico". A mesma tragédia contemporânea na qual ficamos focando de forma obsessiva apenas um lado da moeda dos crimes qualificados em nossas convenções penais ocorre no caso da pedofilia. Nossos agentes estão preparados protegidos para combater a prostituição infantil de meninos e meninas que se expõem nas nossas ruas e praças somente a partir do corpo da criança subjugada pela lei da selva dos animais predadores, os quais permanecem com direito a sigilo quanto as suas identidades quando flagrados.

Cumprimentos aos competentes agentes da Polícia Civil gaúcha, no episódio da prisão de uma quadrilha especializada em roubos de veículos na nossa região. Não posso, no entanto, me furtar de refletir sobre a realidade cruel na qual se já não estão soltos por determinação das leizinhas vagabundas vigentes em nosso código obsoleto, os presos da fabulosa operação já estão, nessa altura do campeonato, sendo defendidos por brilhantes advogados que conhecem o caminho da roça, que transforma o crime no Brasil em uma espécie de videogame alucinante. A conferir!

Nenhum comentário:

Postar um comentário