Neste Blog rendemos a nossa homenagem aos Gestores e Agentes Policiais que, apesar das dificuldades internas, das leis brandas, do enfraquecimento da autoridade, dos salários baixos, do fracionamento do ciclo policial e das mazelas do Judiciário que discriminam e alijam as forças policiais do Sistema de Justiça Criminal impedindo a continuidade e a eficácia dos esforços contra o crime, dedicam suas vidas na proteção do cidadão, na preservação da ordem pública e na defesa do povo, das Instituições e do Estado, em prol da almejada PAZ SOCIAL no Brasil.

domingo, 25 de março de 2012

CÂMERA INTELIGENTE


Nova arma contra o roubo de carros. A partir de maio, as autoridades de seis municípios da Região Metropolitana contarão com um sistema de videomonitoramento capaz de identificar veículos com registro de furto e roubo - JOSÉ LUÍS COSTA, ZERO HORA 25/03/2012


Convencidos de que o crime anda sobre rodas, o governo do Estado e prefeitos da Região Metropolitana apostam em uma nova estratégia para enfrentar a indústria do furto e do roubo de veículos. Está previsto para maio a implantação de um sistema de vigilância eletrônica desenvolvido com o objetivo de reprimir o uso de carros por criminosos, com tecnologia capaz de inibir ladrões de automóveis e também combater roubos de cargas, assaltos a bancos, sequestros e auxiliar na captura de foragidos da Justiça.

Estimado em R$ 20 milhões, o projeto será bancado pelo Palácio Piratini por meio de um convênio a ser assinado em 3 de abril pelo governador Tarso Genro e pelo prefeito de Canoas, Jairo Jorge, presidente da Associação dos Municípios da Grande Porto Alegre (Granpal).

Entre os crimes envolvendo carros, o roubo (quando o motorista é atacado por bandidos) é um dos mais graves e está em ascensão no Rio Grande do Sul. Em 2011, cresceu 3,6%, depois de quatros anos em queda. E a Região Metropolitana é a mais castigada. Os 13 municípios vizinhos registram seis em cada 10 casos ocorridos no Estado – a Capital é a sexta cidade mais visada no Brasil.

Para enfrentar a questão, o Consórcio Metropolitano – organismo criado ano passado pela Granpal para desenvolver soluções em conjunto para as cidades – desenvolveu estudos em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Detran e a Secretaria da Segurança Pública. Foram analisados todos os acessos das cidades e definida a instalação de 350 câmeras de monitoramento em 141 trechos da região. Do total, Porto Alegre deverá ter 86 equipamentos em 27 pontos de vigilância, divididos em duas áreas distintas para facilitar o controle de movimentação de veículos de uma área para a outra.

A ideia é vigiar o trânsito a partir de centrais de monitoramento, utilizando a estrutura já existentes da PRF, da Brigada Militar e de prefeituras. Diferentemente de sistema tradicionais de videomonitoramento, o novo modelo não implicaria acréscimos significativos de pessoal, pois não há necessidade de equipes numerosas em frente às telas de computador. O sistema dispara automaticamente uma alarme sonoro quando detecta carros suspeitos.

As fotos dos carros permitem organizar bancos de dados com locais, dias e horários de passagem de cada veículo por meio das placas. Isso permite uma série de pesquisas. É possível montar uma lista, por exemplo, com carros usados em crimes ou suspeitos de envolvimentos em delitos (semelhante a um álbum de fotos de criminosos existente em delegacias) para monitorar a passagem deles pelos pontos de vigilância.

Sistema ajudou a reduzir crimes em cidade paulista

Idealizador do projeto, Alberto Kopittke, diretor executivo do Consórcio Metropolitano da Granpal, afirma que o mecanismo será uma forma de integração das forças de seguranças.

– A tecnologia, isoladamente, não resolve nada. O sucesso do projeto dependerá do nível de envolvimento das instituições.

O presidente da Granpal, Jairo Jorge, lembra que foram dedicados seis meses em pesquisas para escolher um equipamento que atendesse às necessidades:

– Optamos por um sistema que cruza dados e gera um padrão de inteligência para enfrentar o crime. Buscamos o que há de melhor e tem tecnologia nacional. O carro é moeda para os bandidos, e estaremos retirando o combustível do crime.

Segundo ele, é analisada a forma jurídica mais adequada de adquirir o sistema, pois trata-se de produto sem tecnologia similar disponível no mercado, o que autoriza a compra com dispensa de concorrência pública, conforme previsto na lei das licitações. Desenvolvido pela empresa paulista Multiway, o mecanismo a ser implantado é utilizado em mais de 50 cidades de São Paulo e do Mato Grosso.

Recentemente, foi instalado para testes no Morro da Urca, no Rio de Janeiro. O sistema tem obtido os melhores resultados em Indaiatuba (SP). Em uso há três anos, ajudou a reduzir em 2011 os índices de furto e roubo de veículos (55,6%), de roubos (13,8%) e de homicídios (20%).

– O projeto é revolucionário – afirma o delegado da Polícia Civil Carlos Sant’Ana, gerente do projeto na SSP, que esteve na sexta-feira em Indaiatuba para conhecer a experiência paulista.

*O repórter viajou a Indaiatuba (SP) a convite da empresa Multiway para conhecer o funcionamento do sistema de vigilância naquela cidade, que será implantado no Estado

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