Neste Blog rendemos a nossa homenagem aos Gestores e Agentes Policiais que, apesar das dificuldades internas, das leis brandas, do enfraquecimento da autoridade, dos salários baixos, do fracionamento do ciclo policial e das mazelas do Judiciário que discriminam e alijam as forças policiais do Sistema de Justiça Criminal impedindo a continuidade e a eficácia dos esforços contra o crime, dedicam suas vidas na proteção do cidadão, na preservação da ordem pública e na defesa do povo, das Instituições e do Estado, em prol da almejada PAZ SOCIAL no Brasil.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

GRUPO T.I.G.R.E DA PC DO PARANÁ


A matéria abaixo foi escrita por um novo colaborador do blog Campo de Batalha. http://landcombatcb.blogspot.com/2011/07/grupo-tigre-da-policia-civil-do-parana.html

Seu nome é Carlos Augusto Garcia Pacheco, natural de Guarapuava, Paraná e estudante de direito na faculdade Campo Real. Atualmente trabalha como escrivão ad-hoc de policia civil lotado na 14º subdivisão policial.

Seu interesse por assuntos policiais e militares se iníciou quando ele tinha 5 anos de idade sndo que nos ultimos 2 anos passou a pesquisar sobre o aspecto da segurança publica e operações especiais militares e policiais. Seja bem vindo as paginas do Blog Campo de Batalha Carlos Augusto.

HISTÓRICO Por Carlos Augusto Garcia pacheco

Através do Decreto número 7397, de 30.10.90, foi criado o TIGRE (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial). A criação desse grupo se deve da percepção que a Policia Civil paranaense teve, da falta uma equipe especializada em resgate de reféns, depois da onda de seqüestros registrados no estado no fim da década de 80 e começa da de 90.

Assim foi criado o T.I.G.R.E (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial) que é composto de pelo Grupo de Apoio Técnico e o de Resgate. Ele atua na repressão de delitos em que haja a figura de refém, tais como seqüestro, roubo, cárcere privado, violação de domicílio, extorsão mediante seqüestro e rapto. Porém, pode ser utilizado em outras operações de alto risco, como no combate ao trafico de drogas.

O Grupo de Apoio Técnico realiza as investigações necessárias, mantendo equipamentos e arquivos em condição de dar suporte à unidade, quando da existência de delito.
O Grupo de Resgate, composto de equipes treinadas nos mesmos moldes dos grupos internacionais, observa rigoroso e detalhado preparo:

- tiro instintivo e de precisão, com armas curtas e longas. - Escalada. - Rapel. - Mergulho. - Primeiros socorros. - Artes marciais. - Guerra quimica. Além dessas qualificações todas, o TIGRE mantém permanente condicionamento nas técnicas de assalto e infiltração, objetivando perfeição no momento de resgatar uma vítima.
Como a aproximação de um dos maiores eventos esportivos do planeta o TIGRE será treinado para se qualificar, também, em tecnicas de contra terrorismo, o que representará uma importantissima e pioneira missão para este grupo de elite da policia paranaense.


Acima: Uma equipe TIGRE em uma situação CQB (Closed Quartes Battle). Ou combate de curta distancia, encontrados em ambientes internos.

O armamento usado pelo TIGRE é composto por carabinas Colt Commando, que nada mais é que uma versão compacta do celebre fuzil AR-15/ M-16 em calibre 5,56 mm e tendo capacidade de 30 munições em seu carregador; A submetralhadora HK MP-5 A2 em calibre 9 mm Parabellum; Submetralhadora Taurus MT-40 em calibre .40 S&W. Os agentes deste grupo usam pistolas de diversos modelos, sendo encontrados modelos da Taurus como a PT-940, PT-24/7 e as pistolas Glock 22 em calibre 40 S&W; espingardas em calibre 12 da marca Mossberg 500.

Muitas outras armas modernias já foram vistas nas mãos de policiais do TIGRE como o fuzil Steyr AUG em calibre 5,56 mm, M-16A2 e o velho e conhecido FAL em 7,62,51 mm. Para tiros de precisão, o TIGRE está equipado com o fuzil Remington 700 em calibre 7,62X51 mm. esta arma é um classico nessa categoria de fuzil.


Acima: Nesta foto pode-se reparar que a presença de um militar do exercito brasileiro e uma embarcação com uma metralhadora FN MAG em calibre 7,62X51 mm. Em missões de combate ao trafico, as duas forças podem atuar conjuntamente.

Os fundamentos doutrinários que regem o TIGRE são os mesmos de qualquer unidade internacional de resgate de reféns, com origem no conceito "SWAT", de ser uma unidade fundamentada na hierarquia, na disciplina e na lealdade; sendo que o recrutamento de seus integrantes é feito na base do voluntariado; são rigorosos e constantes os treinamentos; todos devem ter dedicação exclusiva ao grupo. Os fundamentos éticos são os da responsabilidade coletiva, com fidelidade aos objetivos doutrinários e o dever do silêncio.


Acima: O TIGRE tem uma configuração muito parecida com a encontrada nos grupos SRT (Special Reaction Team) ou grupo de resposta especial.

INICIAÇÃO

Para fazer parte do TIGRE deve-se, primeiramente ser Investigador ou Delegado da Policia Civil do Paraná, com no mínimo 01 ano de engajamento. Dependendo da disponibilidade de recursos da Policia Civil, pode-se abrir vagas para integrantes de Grupos Especiais nacionais e estrangeiros. Além disso, todos devem ter autorização do chefe imediato para a participação do curso.

Os candidatos passam por exames médicos que testam a aptidão do candidato para pasar nos rigorosos testes fisicos que são exigidos para os "aspirantes".

A seleção segue com o teste de proficiência de tiro e depois para os testes físicos.
Especificamente nos testes físicos são compostos por:

- Execução de 8 levantamentos em barra fixa com a pegada em pronação ou supinada.
- Corrida de 2800 metros em 12 minutos para candidatos com menos de 30 anos.
- Corrida de 2600 metros em 12 minutos para candidatos com 31 a 40 anos.
- Corrida de 2400 metros em 12 minutos para candidatos com idade a partir dos 41 anos.
- Executar 60 abdominais (meio sugado com apoio) em 1 Minuto.
- Executar 30 flexões de braço completas.
- Carregar e manusear a pistola PT 40, de forma segura e efetuar 5 (cinco) disparos a uma distancia de 7 (sete) metros numa folha de papel sulfite (A4), sem tempo, obtendo 100% de aproveitamento. - Nadar 100 metros em 4 minutos em qualquer estilo (período vespertino).


Acima: O TIGRE durante um treinamento de tiro com carabinas Colt Comando. esta é a arma longa regulamentar do grupo, embora existam alguns outros modelos como o austrico AUG.

Além dos testes, o candidato terá que passar por uma entrevista com coordenador do grupo TIGRE. Esta entrevista se dá de forma individual a fim de aferir a adequação do candidato as características do trabalho desenvolvido pela Unidade, tendo caráter eliminatório.

Ao final dos exames preliminares (Aptidão Física e Entrevista), serão divulgados os nomes dos aprovados, que serão automaticamente matriculados no Curso de Operações Táticas Especiais- COTE/11. Havendo mais candidatos aprovados do que o numero de vagas oferecidas, a classificação se dará pelo maior tempo de exercício no cargo atualmente ocupado pelo Policial Civil.

O curso dura 5 semanas e te tem caráter eliminatório. Quando o aluno inicia o curso, este precisa se hospedar nas instalações da Escola Superior de Policia civil (ESPC). Os alunos serão levados ao extremo psicológico e físico. Além disso, recebem deve fazer e ter tudo que um operador especial precisa para operar. Uma curiosidade é que prova final do curso os alunos devem ficar cinco dias sem dormir, pois eles precisam saber que o que enfrentaram caso sejam chamados, para investigar algum caso.

Os aprovados no curso de Operações Táticas Especiais serão considerados aptos a pertencer aos quadros do Grupo Tigre, de acordo com a conveniência, oportunidade e necessidade do serviço, a critério da administração. Depois de entrar para a equipe, toda semana os policiais recebem treinamento e, a cada quatro meses, são submetidos a um teste físico, e se reprovados eles devem deixar o grupo. Todos eles têm curso superior ou estão cursando uma faculdade, geralmente Direito. Eles são voluntários e podem deixar a unidade sem burocracia.

O Grupo Tigre é a única unidade do Paraná que pode viajar sem prévia autorização da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Além disso, ganham o mesmo salário que os investigadores de outras delegacias.



Acima: As técnicas de rapel são uma das qualificações que são desenvolvidas para a execução das missões do TIGRE.

EM AÇÃO

Quando o Grupo TIGRE recebe a informação de um seqüestro, duas equipes, cada uma composta por um delegado e dez policiais, são destacadas. Começa então a corrida contra o tempo. As folgas são suspensas, as férias adiadas e o sono proibido. Os policiais dormem em média duas horas por dia, sempre divididos em escala.Até se descobrir o paradeiro do refém, o sigilo é absoluto. Os policiais não contam nem para suas famílias sobre o caso que estão trabalhando.

A imprensa noticia o seqüestro apenas quando ele está solucionado. Esse é um dos segredos do sucesso das operações: fazer com que as táticas de investigação jamais cheguem aos ouvidos dos criminosos.

Quando o cativeiro é descoberto o TIGRE inicia a segunda etapa do trabalho, que consiste no planejamento tático para o regaste do refém. A vida da vítima e dos policiais está em risco, o seqüestrador está armado e a operação é altamente perigosa.

Na maioria das vezes, o TIGRE agirá com o grupo tático a noite, na qual os bandidos estão mais desconcentrados, porém a atuação depende como esta a situação na hora do assalto tático.

Os integrantes se identificam através de números que ficam ao lado do peito e no colete, evitando assim a “divulgação” do nome dos mesmos, na hora da ação.Com mais de 20 anos o TIGRE libertou todos os reféns, solucionando todos os casos sem que houvesse o pagamento de resgate nos mesmos. Tornando-se assim o Grupo anti-sequestro mais eficaz do Brasil.

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