Neste Blog rendemos a nossa homenagem aos Gestores e Agentes Policiais que, apesar das dificuldades internas, das leis brandas, do enfraquecimento da autoridade, dos salários baixos, do fracionamento do ciclo policial e das mazelas do Judiciário que discriminam e alijam as forças policiais do Sistema de Justiça Criminal impedindo a continuidade e a eficácia dos esforços contra o crime, dedicam suas vidas na proteção do cidadão, na preservação da ordem pública e na defesa do povo, das Instituições e do Estado, em prol da almejada PAZ SOCIAL no Brasil.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

OPERAÇÃO NACIONAL DAS POLÍCIAS CIVIS PRENDEM 1.179 BANDIDOS

ZERO HORA 10 de maio de 2013 | N° 17428

AÇÃO NACIONAL. Operação prende 1.179 criminosos. No Estado, a mobilização retirou das ruas 149 foragidos da Justiça


Como parte de uma mobilização sincronizada das 27 polícias civis do Brasil, 149 pessoas foram presas ontem no Rio Grande do Sul. As prisões – por crimes como tráfico de drogas, homicídio, roubo e abigeato – foram realizadas em todas as regiões do Estado, por meio de 16 operações distintas. No Brasil, pelo menos 1.179 suspeitos foram detidos.

Odelegado Ranolfo Vieira Júnior, chefe da Polícia Civil, informou que a operação nacional – batizada de PC 27 – foi montada para marcar os 205 anos da criação da primeira polícia civil do Brasil, ocorrida em 10 de maio de 1808, no Rio de Janeiro. Conforme o chefe de polícia, foi a primeira vez que se realizou uma mobilização do gênero alusiva à data. A decisão de fazê-la foi tomada no dia 10 de abril, em reunião do Conselho Nacional de Chefes de Polícia, à época presidido pelo próprio Ranolfo.

O delegado gaúcho insistiu, em entrevista coletiva na tarde de ontem, que o foco foi colocar em evidência a missão constitucional de investigação das polícias – os presos são pessoas contra as quais haviam mandados judiciais expedidos a partir de investigações policiais. No Paraná, onde haviam sido presos 90 até o meio da tarde de ontem, a Polícia Civil associou a PC 27 à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37, que limita os poderes de investigação do Ministério Público. A proposta, em tramitação no Congresso, vem sendo chamada de PEC da Impunidade, o que causa descontentamento entre os policiais e teria motivado a demonstração de ontem.

O delegado Ranolfo, no entanto, desautorizou essa interpretação:

– Não quero vincular isso à PEC 37. Fiquem absolutamente tranquilos, que aqui no Rio Grande do Sul não tem nenhuma relação, nem deve ter – disse ele.

No Estado, as operações mobilizaram 777 policiais, o equivalente a 15% do efetivo. Nos vales do Sinos, Caí e Paranhana, a polícia desarticulou, após cinco meses de investigação, uma quadrilha que comandava o tráfico de drogas em Campo Bom. Os 150 agentes envolvidos prenderam 11 pessoas. Com os suspeitos, foram encontradas cinco armas, drogas, dinheiro, celulares, uma balança de precisão, um carro, celulares e munição.

– Essa quadrilha dividiu Campo Bom em vários bairros, onde exerciam o controle do bairro. Eles tinham na cidade o tribunal do crime, onde providenciavam a justiça com tiros e até mortes de adversários – afirmou o responsável pela operação, delegado Cléber Lima, da Delegacia de Polícia de Campo Bom, referindo-se ao bando que agia no Vale do Sinos.


SUA SEGURANÇA | HUMBERTO TREZZI

Recado a promotores

APolícia Civil gaúcha, oficialmente, não vincula a série de operações realizadas com suas coirmãs Brasil afora com a PEC 37, proposta de emenda constitucional (de muito agrado dos delegados) que limita o poder de investigação do MP.

A série de ações realizadas ontem e que resultaram em centenas de prisões seria apenas uma homenagem alusiva à primeira Delegacia de Polícia do Brasil, criada em 9 de maio de 1808, nos tempos em que o país era apenas colônia portuguesa. Mas, nos bastidores, os policiais confirmam, sim, que a onda de prisões visa a chamar a atenção da população “para os que verdadeiramente investigam o crime”, os policiais.

No Paraná, delegados foram menos discretos e mais ostensivos. Confirmaram, em entrevistas, que a maré de prisões é um apoio à PEC 37. E, conforme a própria assessoria de imprensa da Polícia Civil paranaense declarou a repórteres, “chamar a PEC 37 de a “PEC da Impunidade” é “manchar” o trabalho realizado pela Polícia Civil”.

Dito isso, qual o resultado prático das 27 operações estaduais? Parece ser muito bom. A população sempre aplaude quando o crime sai perdendo, não importa quem coordene a ação – se delegado ou promotor de Justiça. Em São Borja, onde estou na hora em que redijo estas linhas, a operação foi contra um delito típico da região, o abigeato. Os policiais foram saudados com aplausos. A realidade é que a comunidade não liga para quem manda, desde que ele reprima e previna o crime. O resto soa como briga de beleza.

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